sexta-feira, 4 de junho de 2010

Bem mais que aqueles 20 e poucos anos...

Um do seis de dois mil e dez. Olha só... que data essa!!! Mário Quintana, que eu amo loucamente, diz que tudo o que começa no calendário é bom porque dá a impressão de recomeço... Mas não é o que é? As mulheres sabem que existe uma monotonia tão feminina nas coisas quanto uma menstruação mensal, que deveria ser mês-truação e que, para muitas, como eu, é uma monstruação.
Vou tentar clarear: fazer 30 não é fácil. Piorou? Pois é pra se pensar. É monótono porque sempre se ouve alguma coisa sobre a idade balzaquiana. Aliás, virou clichê. Mas é uma pressão que se acomoda em nossa cintura, reflete em nossa pele, no brilho do olhar, nas pontas do cabelo... tudo muda, sim. Inclusive essa mania das pequenas preocupações.
E é justamente essa, a mania, essa coisinha que faz a gente pensar tanto, interrogar se é possível dar aquela paradinha na casa dos 20, que passa e vai passando, passa logo, passa no máximo até os 33.
E daí, ter 30 fica muito interessante. Não tem comparação. É uma idade serena, propícia a recomeços, investidas, desesperos alguns, mas a gente fica boa de se ver no espelho. Não encontra mais aquela menininha, embora ela ainda esteja ali, mas a impressão que dá é que ela ficou uma menina superpoderosa, com um ar tão mais sensual diante de experiências que se acumularam nas três brilhantes décadas, que é difícil “resistir-se a si mesma”...
E aos poucos a gente vai soltando um sorrisinho maroto, se olha de ladinho, se observa e chega à conclusão: “sou bem melhor agora!”.
Sai pra rua, ao estilo “Sex and the City”, uma verdadeira “Primavera” de Vivaldi, poderosérrima, poderosíssima, cabelo esvoaçante de matar de orgulho aquele amigo cabeleireiro, o melhor dos vestidos em tecido leve, aquele mega salto agulha, gigante, braços balançando mansamente ao lado do corpo, livres completamente, queixo em riba, olhos em frente, passos largos e seguros, um sorrisinho de “comigo, ninguém pode”, dona da calçada.
Entra na padaria, encara o balconista e pede: “dois filões e um litro de leite”. E o moço quase se mata pra abrir o saquinho do pão, diante daquela mulher absoluta que acaba de enfeitar seu dia. Pesa o produto na balança e dá aquela olhadela de canto, enquanto ela finge estar observando o restante do estabelecimento, mas na verdade não está vendo é nada, só fazendo charme pra todo mundo.
Pega o produto e sai, com um “muito obrigada” dos mais seguros e aquele sorrisinho de canto de boca, charmosa, sempre.
Conclusão (só pra dar gancho, já que não gosto de conclusões, pois acho que todo pensamento pode ser repensado): a mulher de 30 continua fazendo as mesmas coisas de sempre - como ir à padaria -, o cotidiano não muda, ela ainda é uma menina, se bem que muito mais poderosa agora. O que modifica é algo dentro dela, que só se descobre com o tempo, aos poucos, de novo charmosamente. E, depois dos 30, lá pelos 30 e uns, quase aos 40, o que chega é a gostosa sensação das experiências vividas, que nos leva a refletir sobre a célebre questão: “ahh, se eu tivesse essa cabeça aos 20...”
Feliz aniversário, Pri, minha Barbie mocinha.

2 comentários:

Rubinho Vitti disse...

eu tenho medo dos trinta. falta uma metadinha de década ainda, mas já me vem à mente um programa rubens 30 anos, que inclui línguas, segunda faculdade, um amor...

...mas é bom não pensar, né? pensar pra que? quero é chegar lá e ser assim como você, GENIAL!

lovyou

PRI, A PEREZ! disse...

Daniii
Adorei!!!!hahahahaa
Como consegue produzir até de madrugada???
Obrigada por vc existir na minha vida.
E que olhar observador...
bjãooooooo