sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Please wait!! Let it rain!!!



A natureza é mesmo uma mãe sábia. Manda essa chuva pra acalmar a vida. É como se propusesse uma reflexão sobre os dias quentes, sobre a necessidade das esperas e de se entregar ao tempo, que ninguém consegue controlar. 
Olhando a rua em que moro, vejo a enxurrada descendo pela sarjeta e lembro dos dias felizes de criança, quando não se tinha tanto cuidado nem preocupação com a saúde. A gente se deitava na enxurrada e meu cabelo lisinho castanho claro ficava uma terra só depois de quase seco. A camiseta perdia a forma depois de ser torcida com as mãos pra ficar menos encharcada. Tomar chuva era mais divertido que brincar com a Barbie, isso quando ela não acompanhava a turminha nessa aventura.
Não deito mais na sarjeta, mas quando chove, sou daquelas que desaceleram o passo e não têm medo de encolher, nem de estragar o penteado. Tomo chuva mesmo, sinto o sabor da água que cai dos céus como um presente divino.
Uma coisa que sempre me intrigava e que ainda penso é sobre a habilidade dos animais para  se esconderem nos dias molhados. Qualquer puxadinho de telha é um abrigo para um cachorro ou um passarinho; gatos, não faço ideia de como se viram tão bem;  joaninhas e outros pequenos insetos (joaninha é inseto??) escolhem as folhas mais protegidas para escapar da força da água... o que pra gente é um pingo, pra elas pode ser uma inundação.
Isso faz pensar sobre a proporção das coisas na vida e a importância que damos para elas. Outro dia li uma frase sabiamente escrita por não sei quem e que dizia mais ou menos assim: se um problema é grande demais, não há o que fazer, acalme-se e espere até que se resolva; se é pequeno, para que dar tanta importância? 
A gente pensa tanto, corre tanto, busca tantas respostas... e aí chega a chuva e manda esperar, como se proporcionasse um tempo pra lavar a alma. Mas é preciso ouvir o apelo. É... Deus sabe o que faz.

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