sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Um amigo e nossa fortaleza

Alessandro e eu, comemorando nosso aniversário em 2011. Taurinos, valentes e felizes por natureza!!


Hoje tive um momento muito especial de troca, cumplicidade, amizade, amor verdadeiro. Muito especial. Falei com meu grande amigo Alessandro Meirelles, que nomeei de "carioca da minha vida", uma pessoa das mais íntegras, honestas e de coração maravilhoso que já conheci nessa passagem. 


Mesmo contando 15 anos de profissão como jornalista, aprendi horrores com ele em cada matéria que a gente batia, em cada pauta discutida, na minha observação sobre sua percepção sagaz dos temas, opiniões certeiras sobre as coisas, as histórias de vida e sua abertura para as novidades. Um repórter incrível, um homem lindíssimo física e espiritualmente, um verdadeiro bálsamo aos olhos.

Tenho por ele um amor que nem mesmo posso explicar, tamanha a afinidade entre nós. Para mim, os cariocas têm um sol que vem de dentro e o Alessandro é a personificação dessa alegria luminosa, dessa liberdade ensolarada e de uma vontade singela de ser uma pessoa melhor. Ele é o máximo do bom na minha opinião. 

Nem preciso dizer, mas falo, a cada oportunidade que tenho, que eu o amo demais. Na redação, nossa relação era de "dupla dinâmica". A doce Camilinha que o diga!! 

Aí que veio a situação do câncer, primeiro pra mim, depois pra ele. Pessoas com muito amor têm disso. Não chamo de doença, porque acredito que não seja. É mesmo uma situação e, mesmo com todas as peripécias individuais que exige, é um período muito lindo de nossas vidas. Afinal, se a gente sonhava tanto com um momento de descanso, taí a atenção ao nosso pedido. 

Eu sofri muito quando ele me contou. Chorei rios, gritei comigo, me revoltei e questionei Deus - eu e Ele (Deus) temos essa intimidade de poder cobrar um do outro nossas necessidades. Questionei sobre o porquê do meu amigo passar por isso. Xinguei o mundo, ofendi uma mãe qualquer, soquei o volante do carro, chorei, chorei, fiquei triste de doer. Alessandro é meu camarada: se ele sente, eu também sinto. Tive a mesma reação quando perdi o Gustavo, há longos nove meses. E ainda dói.

Mas aos poucos vamos dando à vida a compreensão de que ela necessita. A gente fala com ela e ela responde como pode, uma aprendiz como nós.  E se eu passei, ele também consegue. É taurino como eu, nascidos com dois dias de diferença, é de abraços e risos fáceis omo eu, de expressão de amor escrachado, de palavras diretas, de indignação expressiva, de olhar bondoso. Somos mais que parecidos, somos iguais, irmãos de alma e isso muito me orgulha, porque tenho a liberdade de me comparar a quem tanto admiro, o que me faz crer que também sou admirável. 

Em nossa conversa de hoje, dúvidas sobre o que é normal sentir, o que é novidade e o que é a teoria do normal. Vivemos num tempo muito especial: 2012 é um ano místico, nossos dias têm 16 horas (ou quantas forem, mas com certeza menos de 24), nossos sonhos são imediatistas como nós, objetivos desesperados que transformam nossos desejos em um turbilhão interno de impaciência, mas tudo o que buscamos é um pouco mais de paz e que tudo seja leve.    

Minha queridíssima amiga Renata me apresentou uma música que virou hino e sempre toca em minha cabeça quando esse turbilhão toma conta de mim ou quando estou prestes a cair. E embora eu saiba que minha imagem é a de uma mulher forte e decidida, que realmente sou, também sou do tipo que se descobre muito frágil às vezes e tenho sentido ultimamente uma grande necessidade de ficar só, quieta, recolhida, distante.  Não é depressão, é recolhimento, é uma maturidade diferente. Adoro gente, sempre gostei, mas as gentes estão cada vez mais vazias de essência e cheias de si, falta cuidado e intuição. Então, me afasto quando quero mais, porque sei que encontro no meu interior o melhor do que há. O "puro creme".

A música que a Renata me deu, dei pro Alessandro, porque é o que quero dele neste momento. Exijo. Ele tem uma dívida de fé comigo. Ele e a bela Sâmia, sua parceira, minha amiga, mulher charmosa e inteligente, de boas conversas. 

Percebi que ele está sereno, ainda meio perdido com a ocasião, coisa natural, mas tem reforçado sua fé e eu a minha. Temos essa dívida conosco. Essa fé que nos faz imbatíveis, é o que mostra o nosso valor. O momento é aquele que pedimos à vida, meu carioca. Vamos descansar, refletir, transformar-nos, vislumbrar o novo, resplandecer, florescer. Deus dá asas. De que mais precisamos nós, seres livres? Faça seu voo. Estou contigo. Quem compra o passe de entrada em minha vida, é para sempre.  

Um beijo, carioca. Amo vc!


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