quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Que o ano lhes seja leve...

Pra você eu desejo prosperidade. Em tudo.

Acho uma palavra linda a prosperidade e acho legal o que ela significa e pode proporcionar.

Por isso, quero mais é que vc seja feliz e próspero. Feliz também. Muito. E sereno. Serenidade é outra palavra bonita.

E veja: felicidade, prosperidade, felicidade e serenidade. Tudo termina com idade. Ou antecede a idade. O que acontece é que acho que isso não é por acaso.

Com a idade, a gente ganha experiência, que na verdade não tem a ver com a idade, que ajuda também, mas tem mais a ver com os caminhos que a gente trilha. E o caminho ganha o formato das pisadas que a gente imprime nele.

Então, que vc seja leve. Sempre leve no pensar, no caminhar, no agir, no sentir. Leve, nunca leviano. Jamais leviano com o coração dos outros. Jamais leviano com seu próprio coração.

Sinta a frequência, sinta-se. Perdoe-se, ame-se, queira-se bem. Que sua vida seja sublime e sua história inesquecível.

Obrigada por todo o carinho e cuidado comigo. Meus bons amigos fizeram ampliar meu nível de exigência. Não dá para querer menos quando se tem alguém tão especial na vida da gente.

E que Deus os abençoe. Só isso já basta: a bênção de Deus. É bom sentir-se amado e a espiritualidade serve justamente pra isso, esse encontro com o divino em nosso interior.

Que Deus te abençoe, te faça próspero, sereno, feliz e leve.  


Um grande beijo e muita re-nov(ação) em 2011!!

Dani


(especialmente pro Felipe)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA?

Recebi de minha querida Jô Francetto, educadora, um texto interessante sobre a onda do politicamente correto na educação infantil, que vê necessidade até de modificar as letras das canções para que a "violência" não atinja as crianças.
Também fui educadora (ainda sou, nunca se deixa de ser) e acho que essa "agressão" observada por adultos frustrados nas letras das músicas infantis e que - pasmem os beatos! - está intrínseca em clássicas histórias, como Cinderela, Chapeuzinho Vermelho etc (Bruno Bettelheim trata com propriedade no livro "A Psicanálise dos Contos de Fadas"), são importantes para liberar na criança sua necessidade de revoltar-se, de frustrar-se com o mundo, a gama de sentimentos que ela aprende serem socialmente condenáveis, mas que também são precisos à formação de sua personalidade.
Acho um absurdo não permitir que os pequenos expressem verbalmente que atiraram o pau no gato ou que o cravo brigou com a rosa. Há quanto tempo essas canções fazem parte do popular da infância e jamais soube-se de registro de violência por conta de qualquer motivação vinda das cantorias?
Bando de gente bitolada, porque na grande maioria e não só nas periferias, as crianças observam os pais brigando, os vizinhos brigando, as brigas de trânsito... até mesmo as próprias professoras perdem a paciência e dão seus gritos de vez em quando!
Se transferirmos isso pro Jornalismo, existe até mesmo uma sequência considerada adequada de apresentação de imagens sobre violência na TV, quase sempre seguidas de imagens apaziguadoras. Embora lamente, se indigne e até sofra por vezes com o que está observando, o telespectador está protegido pela TV, não será atingido naquele momento. Por isso, olha, assiste, critica, reflete, desliga e vai seguir com a vida. 
Na criança, esse é o mesmo efeito causado com a briga do cravo com a rosa e pela paulada dada no gato.
Segue o texto de Luiz Antonio Simas, mestre em História Social pela Federal do Rio de Janeiro.

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA


Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?
É Villa Lobos!
Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.
Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.
Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.
Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.
Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.
Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical . O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.
Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.
O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra p...queopariu e o centroavante pereba tomar no olho daquele lugar, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.
Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".
Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não... Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do Pé Junto.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Amor é um privilégio de todos


"Nenhuma arte é maior que a arte do amor. O amor é a única riqueza que se multiplica por divisão."




Ouvi isso em um casamento certo dia em São Paulo, quando fui acompanhar meu amigo Gustavo Cella.
Noivos simples, apaixonados, famílias humildes, mas tudo bonitinho, com cara de que foi preparado dentro dos conformes e das possibilidades, com muito carinho. É o que interessa.
Eu ali, em Moema, um dia de garoa, meu coração ainda imensamente triste, meu peito doendo de forma que eu não conseguia fazer parar (sabe o que é isso? não queira...) por sofrer de uma dor de (des)amor insuportável e covarde para mim, mas disposta a abrir-me à renovação. No abraço do meu amigo Gus, que me fez uma privilegiada por sua existência em minha vida, presenciei uma das cenas mais amorosas, sem exageros, sem ser de novela. Agradeço a Deus por me sensibilizar para aquilo.
A alegria do noivo quando a moça entrou. Nunca vi nada igual. Ele a observava apaixonadamente, emocionado, chorando discretamente e sem desviar os olhos dela. Sussurrava pra ela, ao longe, extasiado, feito um menino grande, enquanto ela vinha de lá, serena: "que linda, meu amor, que linda"... e limpava as lágrimas com o lenço retirado da lapela... "ai, meu Deus, como eu te amo"... ele dizia, orando, olhando por vezes para o alto... "você é a mulher da minha vida"... e sorria para ela com cumplicidade...
Eu assistiria aquele casamento por muitas vezes, sem me cansar de olhar para aquele rapaz. Senti uma esperança... acho que foi esperança o que senti, não sei, esperança de que aquele seria um casal feliz...
Tive um casamento imensamente feliz e bem-sucedido, com um homem maravilhoso e eterno em minha alma, que me deu meu maior presente divino, que é minha filha... eu sei o que é ser feliz, por isso sei o que espera aquele casal. Havia respeito, cumplicidade, harmonia e amor, que é fruto de tudo isso e que gera prosperidade e paz.
Pensei que aquele era um momento tão único para eles, que o moço não conseguia expressar o que sentia na medida que queria. Era impossível e isso o emocionava.
Escolher ficar com alguém é isso. As palavras não são suficientes pra expressar o que a gente sente, de imenso que ta lá dentro. Nasce uma necessidade de se partilhar da vida do outro, partilhar, de ser parte. Quanta importância há nisso que muita gente não vê. Relações efêmeras, mas no fundo todo mundo quer alguém.
Apaixonados são privilegiados. Falo da paixão do amor mesmo, não aquela que, dizem, dura dois anos e passa. Amor não passa nunca... é como o cheiro da chuva na terra, o gosto da infância na mente, a sensação abstrata das experiências concretas, a voz da mãe, o abraço do irmão, o vôo de liberdade quando o pai joga a gente pro alto e curte junto, a risada de aprontar inocências com os amigos, a aprovação discreta da professora - que observa em você o futuro que você ainda não vê -, fingir dormir, até adormecer de verdade vendo TV no colo do vô. O primeiro olhar eterno e totalmente entregue que a gente lança para o filho. Único... como todos os que virão.
São tantas as felicidades dessa vida... e, veja, nenhuma delas se faz na solidão, se faz sem uma parcela de amor, sem a entrega do coração. Sentimento tem que ter gente, troca, alma. Amor é um privilégio de todos. Lamentável quem não é capaz de se dar, quem desconfia que não mereça, quem se limita ao pouco, não se permite, se aprisiona em si. "Que a liberdade seja o que nos prenda um ao outro."
O amor faz da gente um ser melhor, seja como for, o resultado é sempre esse. Todas as boas experiências da vida são feitas dele. Tantos poetas cantam o amor... Agradeço a todos os meus amores por darem repertório à minha história.
Só o amor vence o tempo... o recheio fica na lembrança pra sempre, não o fim (e é pra essa recordação que muita gente dá mais valor e não deveria). O tempo apaga todas as saudades, em nome do que é bom, menos a saudade do amor.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Saltar bem alto!!!

Eu, definitivamente, sou uma pessoa de muita boa sorte. Sou mesmo abençoada. Tudo o que preciso, acontece da forma como precisa ser. Na hora, nem sempre dou o valor que a coisa tem, outras vezes até choro e fico mesmo emocionada com aquele acontecimento inusitado. Mas é uma sensação bem da boa.

Aprendi a me emocionar e choro mesmo. Não tenho problemas para rir ou chorar, pedir ajuda, dar risada com gente estranha, ir ao banheiro público se estiver precisando, tirar os sapatos se estiverem machucando meus pés, dançar até despentear os cabelos lindamente produzidos, deixar de ir a uma festa pra ficar com um amigo que não esteja bem, sair na chuva e borrar a maquiagem, dar minha opinião e ouvir a do outro, declarar amor por quem me faz bem. Cada momento é único, viver me emociona e mesmo quando há uma torcidinha contra, a real é que a inveja é o desejo mais humano de querer ser protagonista daquele momento. Aí, a gente torce pra que a pessoa também conquiste.

Deus provavelmente se cansou de querer me mostrar algumas coisas levemente e tem despejado uma série de informações sobre mim. Não... não cansou, acreditou na minha capacidade de assimilar. Muita coisa tem sido um baita puxão de orelha para que eu respeite melhor minha intuição e o tempo das coisas.

Cada coisa tem seu tempo, sim. E acontece no instante mais preciso. Aí entra a intuição, aquele sentimento de que você sabe o que vai acontecer, mas precisa ter paciência para a hora da chegada. Apaziguar o sentimento e curtir a batida do coração. É muito bom!

Já ouvi muitos conselhos, dispensei a maioria e assimilei diversos. No final, a decisão é sempre minha. Mas gosto de ouvir. É interessante isso de saber o que as pessoas pensam, porque as ideias são compostas por experiências, pelo “ouvi dizer” ou o “já vi acontecer”, pela cultura, educação e personalidade. Mas a maioria é pela experiência mesmo.

Poxa... vida, né... que interessante. To aqui filosofando sobre a minha. Que vida legal eu tenho. Quanta gente importante faz parte dela. Quanta coisa boa eu já fiz. Quantos planos bacanas eu reservo pra daqui a pouco. Quanta decisão e dúvida. Quanta colheita. E que aprendizado!

Isso é só uma coisa. E uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, como brinca um de meus muitos e bons amigos. Acho que estou sentindo uma paz em alguma parte de meu organismo. Vivência orgânica. Foi um processozinho dolorido. Mas foi integrante. Se bem que às vezes tive vontade de me desintegrar, se querem saber.

E, dentro de todos esses processos, afinal, existem os defeitos que a gente vai tentando corrigir pra evoluir como ser humano. Alguns são como um super rasgo na meia-calça na hora de concluir a produção para começar a própria festa.

Mas eu nunca me esqueço de quem me ajuda a dobrar meu paraquedas (que agora escreve assim, pela nova regra gramatical, que particularmente acho pouco interessante). E não aceito essa coisa de que a gente deve dar sem esperar receber. Sempre, todo mundo, espera o retorno, seja material, emocional, um sorriso ou qualquer coisa. Quando não vem, é bem ruim... é como a criança que espera a bola de capotão de Natal e vem a de “prásteco”.

E olha que quem dobra o nosso paraquedas é uma puxa de uma pessoa importante. Você deposita nela toda a sua vida. Nada mais, nada menos, apenas a sua vidinha inteira. Imagine-se, lá do alto, apreciando a paisagem, contando até 20 e respirando antes de abrir o equipamento (um, respira, dois, respira, três, respira, aprecia, quatro e vai plainando...) e, de repente, na hora de puxar a cordinha, ela emperra. Você cai, como um saco de cimento, profundamente. Queda sem volta. E nem dá tempo de pensar: “aquele filho-da-puta sequer se preocupou se estava dobrando direito meu paraquedas!”

Mas, o contrário, se você pousa perfeitamente sobre aquele solo macio, depois daquela plainada boa, da contemplação da paisagem, do vento na cara que entorta toda a sua pele, do grito de “uhuuullll” que significa liberdade, do Sol na cara, brilho nos olhos e tudo deu certo pra você no fim daquela jornada... eu te pergunto, meu amigo, minha amiga (isso é resquício de horário político.. rs): você se lembra de agradecer e admirar quem dobrou seu paraquedas? Na hora da emoção, da adrenalina, talvez e provavelmente não. Dificilmente. Porque num outro dia, quando você for saltar de novo, ta lá a mesma pessoa, fazendo o mesmo trabalho, pra você curtir sua vida do alto, com a cabeça nas nuvens, e poder comemorar com os pés no chão.

Fim da história. A moral (minha moral, que serve pra mim e talvez pra você): tenha paciência, confie e saiba valorizar o tempo (isso é fé!), ouça sua intuição, aguce-a, faça com que as pessoas que estiverem por perto sintam que você lhes dispensa atenção e lhes dá importância, auxilie, peça ajuda, ame do coração pra dentro. Não se esqueça de se emocionar, permita a adrenalina, curta o salto, pouse seguro, sempre tem alguém que nos espera. Ao abrir os olhos pela manhã, aquele clarão renova suas chances de ser melhor. Seja grato.

Valeu por ficar comigo até aqui!



Imagem do site canalverde.tv

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Nosso ser reside na aceitação do próximo

André Luiz é um dos espíritos que transcreviam pelo Chico Xavier, tem uma das mensagens mais lindas e de amor dentro do Espiritismo. Ele quem ajudou o Chico a se descobrir também.

Ainda não assisti o filme "Nosso Lar", mas já ouvi comentários e vi muita gente torcer o nariz de maneira preconceituosa (preconceito é quando a gente julga sem ao menos se dar a chance de conhecer).

Pelo que vi no treiler, nem todas as cenas são agradáveis, ainda menos para quem desconhece as pregações da doutrina. Mostra, por exemplo, o lugar onde as almas que não se encontram ou resistem à evolução, ficam penando, comendo limbo, literalmente.

É doloroso pra quem observa, mas pra elas não é tão difícil, porque desconhecem o que é bom e o fato de não desejarem mudar ou se sentirem "confortáveis" com a situação, com medo, sem fé para aceitar a transformação, dificulta ainda mais. Ser bom requer esforços, abrir mão de algumas facilidades ilusórias. 

O Espiritismo é uma doutrina de vida muito interessante, porque prima pela bondade e a aceitação do outro e da sua própria condição, que só muda quando você quebra preconceitos e amplia o olhar para o outro.

Ou seja, uma pessoa depende da outra pra evoluir. Isso nada mais é do que desprendimento, que leva ao amor e esse é o sentimento mais sublime que nos liga a Deus, o significado nato da palavra religião.

Ser espírita hoje é como ser moderno, ouço muita gente dizendo que o é, só porque frequenta vez ou outra os cultos, mas sequer conhece o fundamento da doutrina. Por outro lado, o fato dessas pessoas se abrirem a essa afirmação, de buscarem contato, é excelente, já que amplia a quantidade de corações dispostos ao conhecimento voltado a Deus, que é a proposta de toda religião.

Rezar Pai-Nosso se torna fácil, principalmente quando a gente precisa. Difícil é viver essa religião.
É mais do que simplesmente acreditar que exista um Deus Todo-Poderoso, importante também para que se viva emocionalmente mais feliz.

Mas compreender o outro e entregar-se a ele de maneira despretensiosa, viver na frugalidade, entender que nem todos são capazes de se doar, mas nem por isso não merecem também ser amados, praticar compaixão, solidariedade, estender a mão sem expectativa de retorno (porque, na real, ela sempre volta cheia do que ofereceu... quem se doa, nunca perde), isso tudo mantém dentro da gente o coração aceso, aquecido, pronto a receber, fortalecido mesmo quando o que se recebe não é exatamente o que se deseja.

Não sei se recomendo o filme pela obra cinematográfica, nem mesmo eu o vi ainda e, pelo que vi, já tenho algumas críticas. Fiquei confusa, por exemplo, com aquela mistura de modernidade e a referência do passado em que viveu André Luiz. Mas os tempos são diferentes para o "céu" e a "terra".

De qualquer forma, é uma oportunidade de ampliar o conhecimento, como falei.

Cresci no Espiritismo, orientada por meu avô Getúlio, um ser humano maravilhoso e repleto da disposição para a compreensão do outro e do amor ao próximo. Encarava a mediunidade naturalmente e a vida com muita fé, esse sentimento que só tem quem realmente consegue deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz pela confiança na melhora das coisas e no ser superior que nos protege.

Tento ser assim, educar minha confiança, minha fé de que tudo pode ser melhor e as coisas que a gente precisa, simplesmente acontecem quando nos fazemos merecedores.

Meu avô era espírita e nos ensinava a doutrina numa época em que ainda se falava quase nada sobre o assunto para não ser vítima de preconceito (ainda mais na escola), de maioria católica e minoria radicalmente evangélica.

Diversas coisas têm me levado a buscar meu interior e a valorizar ainda mais o que aprendi na infância. Ver o treiler do filme me fez retomar as boas referências transmitidas por meu vozinho. Amanhã (7), faz 12 anos que meu avô, um grande amor na minha vida, foi-se embora desse plano. Sinto muito sua falta. Sinto demais, como é difícil expressar...

Nesta semana, em que começa um dos meses mais lindos do ano, Setembro, da Primavera, do colorido da naureza, da opotunidade de renascimento, de "florescermos" e darmos bons frutos, vamos desejar paz, luz e felicidade a quem encontrarmos pelo caminho. Olhar o outro com bons olhos sempre.

Aqui o link para o treiler de "Nosso Lar": http://www.nossolarofilme.com.br/

Vai lá, dá uma olhada. Não é pecado, isso não existe. Você já nasceu perdoado.

Paz na mente.
Luz na alma.
Bondade no coração.
Quebre preconceitos.
Evolua sempre na qualidade de seu ser.

Um beijo muito carinhoso...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Importante é ser uma Grande Pessoa!

 
Estou vendo suas fotos mais recentes e babando sobre essa obra-prima divina. Nossa, como você cresceu e se tornou uma mulher maravilhosa, meu amor! Eu me lembro do dia em que o exame apontou um “positivo” enorme no meu rostinho de anjo de 18 anos. Passado o susto, a expectativa com a sua chegada era tanta para uma menina, que ainda brincava de boneca, e para uma mulher, que fazia planos para um futuro breve, mas sua estada dentro de mim criou um novo horizonte. Eu desvendava, em meio a tantas descobertas, o valor de recriar a vida, de perceber a divisão de meu ser em outra existência.
Aquela carinha gorducha e os grandes olhos negros que se tornaram verdes depois, vieram naquele momento logo depois do chorinho que despertou em mim uma felicidade que nunca mais saboreei com aquele mesmo gosto. Felicidade única, incomparável, deliciosamente minha.

“Parabéns, Dani! É uma moça!” Essas palavras, em meio ao cansaço e à limitação de meus movimentos, nunca mais vou esquecer. Queria chorar, mas nada podia borrar minha vista para o encontro que nos aguardava e foi mágico. Eu queria uma menina, eu desejava imensamente essa menina que Deus me deu e eu sabia porque queria. Eu te amei mesmo antes de você existir e te esperei a qualquer momento de minha vida, porque meu coração dependia de ter você para eu ser completamente feliz. Eu queria você, menina! Eu pensava que era gente antes, mas só fui descobrir que era alguém quando recebi você de presente!

Nada ficou na memória tão forte como a alegria de te dar o primeiro alimento de meus seios, o abraço de proteção, o beijo com a boca quente, a troca de olhares que se perdiam de tanta paixão.

Você cresceu e se tornou uma criança plácida, inteligente, observadora, alegre sempre e aos poucos foi exibindo uma personalidade corajosa, justa, elegante, bondosa. Se transformou nessa mulher encantadoramente especial.

Eu queria uma menina, mas mais do que isso, desejei que você tivesse uma beleza incomparável de coração, de alguém capaz de se doar para transformar qualquer universo em algo sempre muito agradável; com capacidade de respeitar todas as formas de vida com a mesma intensidade, simplesmente porque são criações divinas e porque, abaixo dos céus, somos todos iguais na oportunidade de aprendizado espiritual; que possibilitasse a alegria na chegada e o bem-estar na partida, porque importante é o esforço que se despende para deixar tudo aquilo de bom na vida do outro; que fosse intensamente composta de felicidade, paz e amor e pudesse dividir esses sentimentos naturalmente com sua presença, porque é disso que todos precisam.

Alguém que soubesse valorizar os dois legados mais importantes que eu poderia lhe deixar: raízes – para que saiba de onde vem e para onde pode sempre voltar - e asas – porque liberdade, seja de viver, pensar ou sentir, é um grande tesouro.

Eu queria uma menina iluminada, que fizesse diferença no mundo... e descobri que, mais importante, era que essa criança se tornasse uma Grande Pessoa. Foi o que ganhei. Deus me deu muito mais do que pedi e me mostrou a importância da fé nas coisas que se deseja e a crença na verdade do resultado desse querer. Sou muito grata por isso. Sou grata principalmente pela oportunidade que a vida me dá todos os dias de abrir os olhos ao acordar e poder vê-la mais uma vez, tão linda. Sou grata por sua existência, minha filha, cheia de graça, dona do meu universo, do meu imenso amor.




Não me canso de olhar!
Como é linda a minha Mariana!
 
 
 

domingo, 18 de julho de 2010

Embriaga-te como Baudelaire!


Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são:
"São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Com o vinho, com poesia. Ou com a Virtude". ("Embriaga-te", de Charles Baudelaire)

 
Amei isso. Gosto muito das citações de Baudelaire, mas confesso que não conheço muitas também. Acho uma inspiração divina quando alguém escreve coisas que tocam a gente por um motivo qualquer, um gancho íntimo, um momento em que se precisa ouvir ou ler frases específicas.
Acredito que o abraço tem também esse efeito. Por isso, adoro! Saio mesmo abraçando as pessoas que gosto ou só porque fico contente em encontrá-las. Para mim, faz diferença. `
Penso que as pessoas deveriam despir-se um pouco mais de pré-sentimentos ou pós-avaliações quando são presenteadas com gestos de carinho. Um certo Alexander, não lembro bem o nome, escreveu que "devemos tratar bem todas as pessoas que cruzam nosso caminho, porque não sabemos que batalha estão travando". Mais ou menos isso. Tomei como uma filosofia de vida.
Afinal, quando a gente se doa, não perde nada que já não tenha muito, alimenta duas ou mais  almas, divide algo que se multiplica quando somado (um horror esse trocadilho, hein?... mas ta valendo!) e fica sempre mais leve. Tenho certeza que vale a pena. É isso. Um beijo... e um forte abraço!


Ficar juntinho assim não faz mesmo diferença?
Abrace mais! Viva bons momentos!

sábado, 17 de julho de 2010

Aprendiz em meio a gigantes

Quando a vida nos empurra a situações de necessidade, a gente abre o coração ao novo e acredita, acontece uma magia única. Se essa mágica nos coloca frente a frente com universos adversos, mas afins, a incoerência se dissipa em poucos minutos de convivência. É como tirar da cartola coelhos brancos que se transformam em seres especiais: os coelhos são pessoas, esses universos a serem descobertos e, ao abrir o coração, a mágica se faz.


A meus novos coelhos, alguns já donos permanentes de minha cartola, meu coração agradece feliz da vida. Mais uma vez ganhei de Deus e de uma deusa sábia e amável chamada “Luz-ciane”, a oportunidade de ser parte de um todo tão importante. Não pelo trabalho apenas, que amo profundamente, mas pela partilha das horas que passamos juntos, pelas experiências que renovamos e reforçamos, pela possibilidade da observação do caráter valioso de cada um, pelo aprendizado que resulta de tudo isso e vai se contabilizando ao longo do ano.


Há uma transformação interior que perdura pela vida com o que se aprende de mais significativo: a importância do sorriso que acolhe em todas as chegadas, do abraço que aconchega e remedia além da compreensão ou da palavra, da amizade que não têm qualquer chance de não cativar imediatamente, da gentileza expressa num gesto simples no meio da correria, provando que carinho é algo que se faz sem precisar de nenhum esforço. Basta querer.


A análise sobre o aprendizado precisa ser profunda para ser certeira, porque há tanto o que tentar expressar de dentro desse coração, que o risco é sempre alto de faltar um item na lista. E faltará. Mas numa tentativa rasteira, posso dizer que aprendi o que já sabia, mas que a repetição aconteceu de uma maneira deliciosa e renovadora.


Aprendi que pessoas são sempre mais do que números num balanço; aprendi que as horas que se passa perto de alguém devem ser as melhores porque ficam escritas eternamente; aprendi que quando os caminhos se cruzam, essa é a grande chance que a gente tem de marcar essas vidas – e que sorte quando a gente consegue!; aprendi que cada pessoa é um ser maravilhoso, porque é composto por diferenças que nos ensinam a ser melhores - ou pelo menos essa deveria ser a finalidade de se permitir que alguém entre na nossa vida.


Aprendi que é fantástico descobrir que não se tem experiência em nada, que as chances para que haja essa descoberta devem ser bem aproveitadas, que ninguém é uma ilha, que a vida surpreende quando a gente pensa que não pode se adaptar mais a algo que o tempo concretizou, que quando você pensa que conhece tudo sobre alguém, essa pessoa te surpreende e mostra um poder de superação que enche os olhos de alegria, aprendi que quando você pensa que tudo está calmo, uma comemoração mentirosa, que tem a capacidade de remeter à doçura da infância, arranca alegrias verdadeiras, quebra a sobriedade e faz ganhar um monte de tempo no dia.


Mas, talvez o mais importante, aprendi que mesmo quando as adversidades nos tentam ensinar que é melhor conter-se ao manter as expectativas nas alturas – a tal coisa de que se deve ir com pouca sede ao pote -, como é bom se atirar e se doar às coisas que o coração intui que são boas, porque a felicidade de chegar ao final da jornada e concluir que a gente estava certo, é um alimento imediato para a alma. Se perpetua com a vontade do querer mais, do querer de novo, do não ver a hora, do contar os meses até lá, do lembrar-se todos os dias e perceber nascer um risinho solitário no canto da boca, do sentir novamente aquela vontade de receber o abraço amigo, de ver o sorriso que ganhou tanto mais importância, rir sozinho daquelas pequenas histórias e agradecer a Deus pelo fabuloso instante em que se é presenteado com a oportunidade de pisar o mesmo chão e compartilhar do mesmo espaço com seres tão únicos e absolutamente gigantes em suas personalidades e perspectivas.


Ainda bem que sou mesmo uma pessoa teimosa e não desisto de acreditar que dentro da cartola há mais do que coelhos. Há lições eternas que contabilizamos ao nosso tempo. A vida é uma criança esperta, que não sabe é nada! Ainda bem... Seja lá em que lugar do mundo se esteja, vida, amor e paz têm o mesmo significado dentro da gente.


Aos meus novos e aos renovados amores - Lulu (minha fonte de tranqüilidade espiritual), Marcelo, o Rochinha (meu abraço salvador, mais esperado do que café antes do cigarro), Roberta (minha maravilhosa expressividade no olhar e minha amizade valiosa), Marília (minha mulherzinha esperta, super menina), Raquel (minha “patyzinha” concentrada e cheia de deliciosas expectativas – que sejam todas realizadas!), Lilian (minha mui mui amada de um sorriso tão lindo quanto a alegria de sua voz), Orlando, Ruan e Rafael (meus três “patetinhas” mais amáveis e cavalheiros, que me transformaram em princesa com seus cuidados e gentilezas), meu Gordinho (que fez “puta” falta) -, a gratidão e a doçura de meu coração, presentes na minha amizade verdadeira. Muito obrigada, “minha” querida equipe do Simtec 2010, por me permitir enxergar melhor e sentir mais intensamente.
“Se eu vi mais longe, foi por estar em pé, sobre ombros de gigantes.” (Isaac Newton)

A foto, como prometida...

Turminha da assessoria do Simtec: quatro dias
suficientes pra gente se tornar velhos conhecidos

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quando ser amigo não é suficiente

Tenho muitos amigos, graças a Deus e à minha capacidade de abrir o coração a todas as pessoas para, somente depois, distingui-las, fazer a seleção natural. Mas tem aquelas que são bem mais especiais, que têm uma importância ímpar pelas linhas que escrevem no livro da vida da gente. É aquela pessoa que se torna insubstituível na nossa história, porque marca, macula e isso independe de ser positivo ou negativo. Simplesmente permanece involuntariamente.
É delícia quando ela chega; deixa permanecer por um bom tempo a sensação de felicidade mesmo quando vai embora; quando abre um sorriso, ilumina meu interior; quando fala, amansa meu coração de uma maneira suave; quando se aproxima traz um perfume pra perto de mim; se me abraça, aplaca as dores por um instante e traz tranqüilidade, confiança e segurança. Pode parecer loucura, paixão, amor simplesmente pelo outro. É espiritual, eu acredito.
Quando duas pessoas com afinidades se olham, existem palavras que não precisam ser ditas, porque estão ali subentendidas, bem compreendidas, essa troca é possível.
Às vezes o olhar é perdido, mesmo assim ele fala. E o que se ouve, nem sempre agrada. Quando alguém que a gente ama infinitamente está visivelmente se perdendo na fumaça de uma situação ilusória, de satisfação momentânea, que acaba se tornando um tormento e colocando fim nos prazeres reais; quando alguém que a gente dá importância não consegue mais oferecer resistência ao que lhe faz mal e deixa de enxergar o próprio valor, perdendo até mesmo o brilho do sorriso, a segurança do abraço e a sensação de felicidade quando vai embora, o olhar da gente entristece e o coração sangra. Sem melodrama.
Dói... de uma dor que não pode ser acalmada, de um sofrimento que não se consegue dividir, porque atinge a alma e limita nossas alegrias. A gente chora de desespero, busca respostas, meios para a necessidade de virar super-herói, mas de que maneira, se às vezes nem sabemos solucionar os próprios conflitos?
Lidar com a dor das perdas que a vida impinge, traz um crescimento que poderia ser evitado. Não acredito que nos leve à evolução, há tantas outras coisas que poderiam substituir essa experiência.
Pelas nossas dores, nem sempre adianta derramar lágrimas, é preciso apenas assimilá-las. E, como fazem os animais em sua imensa sabedoria, permanecer em silêncio, paciente, equilibrado, com a consciência de que tudo passa e as coisas têm o tamanho da importância que a gente dá pra elas. Nossas dores são menos importantes que a possibilidade da esperança que trazem.
As lágrimas, porém, se pode derramar pelas poucas pessoas que realmente se ama e valem nossos pensamentos porque nos conquistaram, mesmo quando não conseguem enxergar além do problema. Do alto de uma visão panorâmica, é possível enxergá-las e rezar por elas a todo o momento. Nada melhor pode ser feito, a não ser oferecer amor, amizade e carinho, esperar que compreendam que esses sentimentos são únicos, que somos pessoas únicas, com falhas e acertos que nos tornam extremamente humanos.
Eu agradeço a Deus por ser essa fortaleza somada a uma leveza capaz de captar o que há de bom de quem está ao meu redor. E como costumo dizer, de uma frase roubada da sabedoria popular, sou como uma árvore, que a tempestade pode conseguir dobrar, mas nunca quebrar. Ser resiliente é minha maior capacidade, depois de ser amor. (12.07)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Número pequeno

Nem tudo o que a gente quer faz bem pra gente.
E às vezes, esse processo de compreender que não se pode ter tudo o que se quer, é bastante demorado.
O pior é a sensação de vazio que sobra. E o que sobra é resto. Ninguém quer ser ou ter resto.
Por muito tempo - e dois dias podem ser muito tempo pra quem tem urgência em ser feliz – convivi com essa sensação de vazio típica do doar-se ao que não convém, embora se deseje.
Mas o desejo também pode ser limitador, pois em geral é subordinado à ansiedade.
Eu queria, mas não servia pra mim, como uma roupa pequena, um sapato pequeno, coisas que nos apertam e doem.
É como a água tomada num copo de pinga para uma sede gigante.
Não mata a sede, mas ela, sim, pode nos matar.
É por isso que as coisas têm que ser proporcionais.
A cada coisa, seu real valor de acordo com o tamanho e a importância.
O desejo precisa ser conveniente e caminhar por uma via de mão dupla. E pela aceitação.
Essa é uma lição que o processo de amadurecimento - não da idade, mas da vida - é que vai nos ensinando.
E aprender é uma arte, compositora de uma obra que não pode acabar para que não haja retrocesso. 

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Bem mais que aqueles 20 e poucos anos...

Um do seis de dois mil e dez. Olha só... que data essa!!! Mário Quintana, que eu amo loucamente, diz que tudo o que começa no calendário é bom porque dá a impressão de recomeço... Mas não é o que é? As mulheres sabem que existe uma monotonia tão feminina nas coisas quanto uma menstruação mensal, que deveria ser mês-truação e que, para muitas, como eu, é uma monstruação.
Vou tentar clarear: fazer 30 não é fácil. Piorou? Pois é pra se pensar. É monótono porque sempre se ouve alguma coisa sobre a idade balzaquiana. Aliás, virou clichê. Mas é uma pressão que se acomoda em nossa cintura, reflete em nossa pele, no brilho do olhar, nas pontas do cabelo... tudo muda, sim. Inclusive essa mania das pequenas preocupações.
E é justamente essa, a mania, essa coisinha que faz a gente pensar tanto, interrogar se é possível dar aquela paradinha na casa dos 20, que passa e vai passando, passa logo, passa no máximo até os 33.
E daí, ter 30 fica muito interessante. Não tem comparação. É uma idade serena, propícia a recomeços, investidas, desesperos alguns, mas a gente fica boa de se ver no espelho. Não encontra mais aquela menininha, embora ela ainda esteja ali, mas a impressão que dá é que ela ficou uma menina superpoderosa, com um ar tão mais sensual diante de experiências que se acumularam nas três brilhantes décadas, que é difícil “resistir-se a si mesma”...
E aos poucos a gente vai soltando um sorrisinho maroto, se olha de ladinho, se observa e chega à conclusão: “sou bem melhor agora!”.
Sai pra rua, ao estilo “Sex and the City”, uma verdadeira “Primavera” de Vivaldi, poderosérrima, poderosíssima, cabelo esvoaçante de matar de orgulho aquele amigo cabeleireiro, o melhor dos vestidos em tecido leve, aquele mega salto agulha, gigante, braços balançando mansamente ao lado do corpo, livres completamente, queixo em riba, olhos em frente, passos largos e seguros, um sorrisinho de “comigo, ninguém pode”, dona da calçada.
Entra na padaria, encara o balconista e pede: “dois filões e um litro de leite”. E o moço quase se mata pra abrir o saquinho do pão, diante daquela mulher absoluta que acaba de enfeitar seu dia. Pesa o produto na balança e dá aquela olhadela de canto, enquanto ela finge estar observando o restante do estabelecimento, mas na verdade não está vendo é nada, só fazendo charme pra todo mundo.
Pega o produto e sai, com um “muito obrigada” dos mais seguros e aquele sorrisinho de canto de boca, charmosa, sempre.
Conclusão (só pra dar gancho, já que não gosto de conclusões, pois acho que todo pensamento pode ser repensado): a mulher de 30 continua fazendo as mesmas coisas de sempre - como ir à padaria -, o cotidiano não muda, ela ainda é uma menina, se bem que muito mais poderosa agora. O que modifica é algo dentro dela, que só se descobre com o tempo, aos poucos, de novo charmosamente. E, depois dos 30, lá pelos 30 e uns, quase aos 40, o que chega é a gostosa sensação das experiências vividas, que nos leva a refletir sobre a célebre questão: “ahh, se eu tivesse essa cabeça aos 20...”
Feliz aniversário, Pri, minha Barbie mocinha.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Aí, bródi, vamo falá di Zé, meu mano.. wooww



"Hot Water", de Antonio Trivelin
Pimenta na casa da Dri e do Zé, deu um refresco na paisagem


Fazer Jornalismo é uma arte. Exige, como a qualquer obra, paciência, determinação e envolvimento. Conheci muita gente jornalista nesses 20 anos em que essa profissão marca minha vida de diversas formas, mas algumas, emprestadas até de outras áreas, assimilam a essência dessa produção até melhor do que os "formados nisso".
E gostam demais e se entregam muito. Vivem a arte.
Meu amigo e "meu fotógrafo" (ele não gosta que eu fale assim), Antonio Trivelin, o Zé, que eu chamo de Zé por causa do tal de Zé Bob, da novela sei lá o quê, porque não assisto nenhuma.
Moreno, alto, bonito e de expressivos olhos verdes (ahamm...), com cílios longos de matar de inveja a mulherada, ele é um administrador de empresas que ficou fissurado pela fotografia e se redescobriu.
Eu o admiro: jogou pro alto um emprego estável, de rendimento considerável e oportunidade de crescimento, pra se engajar no fotojornalismo, usar calça jeans surrada, camiseta de rock'n'roll, tênis e moleton pra rebater o frio, quando está.
Ainda Bem!!!! Graças a Deus!!
Nos presenteia com imagens maravilhosas, ganha prêmios, faz viagens, é um cara sério, mas conta piadas com cara de sério, troca e-mails criativivísssimos comigo, que me fazem ficar rindo por um bom tempo. A gente tem uma linguagem de "mano" que é muito engraçada, qualquer dia posto aqui um desses "entreveros".
Ele escreve sobre as coisas que vê, conversamos muito porque é um parceiro, passo mais tempo com ele do que com a família por conta das horas que o Jornalismo exige do nosso dia-a-dia. Em cada conversa (nem digo isso a ele) mas fico ouvindo tudo muito bem, orgulhosa e sorridente, porque é muito bom estar ao lado ali de uma pessoa tão maravilhosamente interessante.
Ele tem jeito de chatinho, coisas que acontecem com quem sabe que é the last cookie of the package.. pois é, quem é sabe! hehehe... Gosto de gente assertiva e chato por chato, eu também sou bem criada.
Tenho uma dívida de fé com ele, que cuidou de mim num certo momento como um bom amigo faz, nem precisei chamar. Nunca vou esquecer. Adoro ser cuidada. Como disse, sou mimada, bem criada. E quem não gosta? Atire a primeira chupeta...
É um bom homem, o Zé, e tem uma boa mulher. Aquela Dri dele é uma delícia de pessoa delicada, que surge feliz sempre e linda com aquela sua morenice na nossa frente. E traz July, a dog (que é Cuca e eu insisto em chamar de July, ainda não sei porquê). A dog me adora, porque fica toda faceirinha quando me vê. Mas ilumina tudo, a Dri quando passa. Incrível esse dom que infelizmente poucos têm. Mas como sou uma pessoa de muita boa sorte, tenho muita gente assim em minha vida. Um privilégio.
Eles, Zé e Dri, resolveram pintar o apartamento, dar aquela garibada pra manter. Colocaram lá um quadro que amei, de uma pimenta na água, foto dele mesmo, show de bola. Queria pra mim. Ele conta um pouco no blog dele; ele conta várias coisas do cotidiano no blog dele e coloca lá fotos que não são publicadas por falta de espaço na edição do jornal em que a gente trabalha. E dá aos visitantes a oportunidade de apreciar sua linda produção fotográfica, das melhores e mais prazerosas de se ver -- aliás, em Piracicaba, fica difícil escolher o que não ver no fotojornalismo, de tanta gente boa que há e qualquer dia falo melhor sobre isso.
Cidade de artistas repletos em todas as expressões.
Mas é isso... não to lá muito inspirada esses dias por conta de uma gripe danada... mas quero que olhem o blog do Antonio. Não tenho agora nenhuma foto dele aqui, que valeria a postagem pra se fazer babar pela beleza (falo dele e das fotos dele), mas vou providenciar.
Vejam lá. Clica Antonio Trivelin aqui ao lado. Ou nesse aqui ó: http://antoniotrivelin.wordpress.com/
Espero que, como eu, gostem muito.
Beijos e flashs (kkkkk... brega, mas ta valendo, com gripe a gente fica sem graça mesmo... hehehe). :)

domingo, 30 de maio de 2010

Sabrinisses, Reinações e Pipas ao Vento

A Sabrina é a Sabrina. E como eu gosto demais dela, faço dela o que eu quiser. Vou transformá-la em adjetivo, verbo, substantivo, de inicial minúscula, pra uma personalidade maiúscula.
Acho que é bom ser uma sabrina assim, linda, amável, admirável personalidade singela e forte, criança feliz, uma Narizinho, sem essa preocupação de ser uma famosidade instantânea e concorrente, uma chiquetisse dentro de uma calça de malha estampadona e larga como só fica bem mesmo nas mulheres muito magras por natureza.
Mas ela é linda que é bom de ver! Parece minha Maria em tantas coisas, já falei. É identificação. Beleza, fortaleza, doçura, personalidade.
E ela, a Sabrina, me disse: “Dani, você empinava papagaio com seu pai quando era pequena?” E eu empinava muito. Comprava as varetas, a seda colorida, fazia a pipa com sua rabiola de saquinho plástico, enrolava a linha na latinha e corria pro vento. “Dani, então aprende: esquece tudo o que te preocupa. Dá linha na pipa!”
Que termo fantástico é esse? Dar linha na pipa!! Que sabrinisse!! Não paro de pensar agora. Já adicionei ao meu vocabulário! Me apaixono por tudo o que me parece bom. To apaixonada por isso!!!
Agora é assim, eu sabrino mesmo: encheu meu saco, dou linha na pipa; apertou meu coração, dou linha na pipa; to começando a sentir um vazio, dou linha na pipa. Deixo ela ir ganhando área, velejando ao sabor do vento, mas a mantenho sob meu controle, se solto, ela fica perdida.
“Dá linha na pipa, nega”, sabrinou a minha amiga.
Agora, não paro de pensar nessa sabrinisse de dar linha na pipa pras coisas que me incomodam, dessas coisas que se tornam bobas quando a gente consegue enxergar mais longe.
Domingo vou comprar vareta e seda e vou soltar uma pipa bem boa. Acho, vamos ver, posso mudar de ideia e só ficar com a teoria mesmo. Só faço o que quero, sou assim. Quer saber? Vou mesmo! Até a linha arrebentar, a pipa voar longe e eu ficar só olhando e dando um sonoro “adeuuuuuuusssss... hahahaaaaaaaa”...
Sarcástica assim, rindo solta, bem feliz, bem assim, sabrinável, vai ver só.



"Me Abana!"

Conversa franca sobre solidão

Outro dia ganhei de minha amiga Renata Passos, essa coach maravilhosa de tudo, uma mulher realmente linda, o livro da Joyce Meyer. Aviso: não gosta de ler coisas sobre Deus, não leia esse livreto. Eu gosto de ler tudo o que cai na minha mão, até folheto de mercadinho – que por sinal, tem um monte todo dia no abrigo da minha casa. Cansei de limpar, fui vencida pela moçadinha que precisa colocá-los no vão do meu portão, entre um ferro e outro, cuidadosamente e de um jeito que inventaram que me deixa intrigada pela criatividade e rapidez com que instalam ali a folhinha, que é um show. Ficam lá, os folhetinhos... vão se acumulando em ofertas com validade limitada ao estoque.
Mas a Joyce. Emoções e sentimentos necessitam de cura e restauração. A chave da vitória, ela diz, está em compreender a diferença entre o processo de dor equilibrado e normal e o espírito de sofrimento. Temos que aprender a receber o que Deus já nos tornou disponível (mas é linda essa palavra disponível, hein), para nos libertarmos da escravidão do sofrimento e da solidão. A Joyce não mora sozinha, certamente.
Mas a proposta não é que ela seja analisada, mas que suas ideias sejam compreendidas. O processo de solidão, por si só e bem como todas as outras coisas e sentimentos, têm relação com a ordem que se dá à mente e a forma como permitimos que isso reverbere, faça eco.
“Daaaaniiii.... O controle é seuuuu....” É o que estou gritando atualmente na caverna. Ouço exatamente a mesma coisa voltando pra mim, reverberando (outra palavra legal essa... sou uma fã incondicional da beleza das palavras).
A Renata colocou o controle – que na ocasião era do ar condicionado chiquérrimo de sua sala de receber – sobre a mesa, bem na minha frente. Assertiva, até meio agressiva, colocou com tudo e disse: "É seu, Dani!" (não o aparelho em si, mas o poder que ele representa sendo um controle e estando em minhas mãos).
Eu estava sensível àquele momento, foi forte, pegou mesmo nos meus ganchinhos aqui entre o peito e o estômago, que ficam no lugar das borboletas, ficam ali, os dois, ganchinhos dourados e borboletas coloridinhas. São petit papillon (e meu francês vai que vai.. rsrs)... fofinhas, minhas borboletinhas do peito.
Aquilo foi forte mesmo. A Renata foi longe demais, pensa que é o quê? Ta me desafiando? Ninguém me desafia sem resposta. Adoro desafios, mas adoro dar respostas pra tudo, como adoro perguntar sobre tudo. Sei que alucino às vezes até, ou sempre, sei lá. Mas se gosta de mim, gosta. Curiosidade também é sinal de inteligência.
Pois voltei lá, na Renata, fui lá e disse pra ela, na cara: “O controle é meu, eu dou o comando, eu é quem mando aqui nessa vida”. Pronto, falei. Fui agressiva como ela, docemente, ta pensando o quê?
E ela, doce doce mil vezes amável, uma “diabetes”, um pudinzão de padaria, me quebrou de novo.. ehhh, essa Renata: “Você é suave demais, Dani; é amorosa demais, Dani; é poderosa demais, mas é suave e amorosa. E sabe fantasiar de maneira inteligente, tem que usar isso pra transformar seu trabalho no melhor. Este é o seu poder.” POis é, são meus poderes... Eu gostei... hihi.

sábado, 29 de maio de 2010

Meus Bons e as Suas Boas

Quero falar das mulheres que os bons amigos trouxeram pra minha vida. Tem duas que amo demais, que chegaram por intermédio de dois que amo mais que muito. A Flavinha, do meu Erich, e a Carlota, do meu Bruno. Porque tudo o que amo é meu. É meu e pronto, falei!
A Flavinha e seus cães de seu coração pet. Pet, non petit. Sexy, inteira, colorida, de um país de tantas maravilhas, uma viagem louca, um doce de bar, uma delícia da infância, as melhores brincadeiras de rua, boa de abraço, boa de apertar, bom demais quando ela está.
Adoro seus óculos! Essa energia que vem dela é daquelas que deixam a gente feliz o tempo todo. Traz um sorriso acolhedor, de estampa eterna. Não dá pra saber a hora que ela vai parar, então é bom estar preparado pras suas novidades intelectuais.
Carlota, essa cearense da gota, que traz a felicidade pra minha vida com sua serenidade e equilíbrio. Ou não... É a evolução aplicada ao meu amigo Chamichomba, Chimachuca, Chemichinga ... um verdadeiro A.C / D.C... Antes de Carlota e Depois de Carlota.
Carlota com sua dança sensual, um convite pra mexer os esqueletos, esse olhar penetrante de quem não ta nem aí pra nada que não seja pra ser bom. Então é isso o que quero dizer: Doutora Carla é, como ela própria diria, "um must" de felicidade num equilíbrio em tubo ao quadrado!
Fico pensando nas coisas que serão daqui a cinco anos. Daqui a cinco anos, o Erich vai ser um homem ainda mais interessante. O Bruno, absolutely success around the world (we understand and the book is on the table).
As boas mulheres são como maçãs no topo das árvores, como escreveu Machado de Assis há mais de 100 anos. Fantástico, atemporal! Só os homens mais valentes são capazes de alcançá-las. É a escolha que se faz pra ser feliz. Homens verdadeiramente inteligentes. E que tudo seja eterno - e muiiito bom - enquanto dure. E que seja pra sempre, como os sabores das coisas boas!



Flavita e Chefinho...


Cumadi Carlota e Cumpadi Brunovsky...
(sou madrinha de casamento deles! adoooro ser a madrinha)