Mostrando postagens com marcador namorar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador namorar. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Quando a gente quer muito uma pessoa





Adorei esse post, mas não acho que é possível generalizar. Nem sempre a gente se engana e conheço muitas boas histórias de amor, eu mesma vivi algumas, sendo uma excelente, que me rendeu uma bela filha. Mas que a gente clama ao universo que o outro seja perfeito como desejamos, isso é verdade!
E como saber inicialmente se vamos ou não nos enganar? Penso que é preciso arriscar, tentar e até sofrer e desejar que o outro se encaixe um pouco mais no que a gente quer para conferir se cabe ou não essa tarefa na nossa vida. Amar é uma atividade de risco, mas os corajosos são mais felizes porque conhecem todos os lados da aventura. 
Outro dia li no Facebook um post engraçado, em que o rapaz dizia que se o relacionamento dele não desse certo, ele optaria por ser gay, porque prefere tomar no cu várias vezes a sofrer por amor mais uma vez... rsrs. 
Não me acho romântica (embora a Cássia, a Renata e a Raíssa me "obriguem" a rever esse conceito), mas não deixaria de arriscar, mesmo acreditando que o amor não é um sentimento tão honesto, é manipulável, confundível, diferente do ódio, que não deixa dúvida. E, assim, com a determinação de uma corajosa, estou tentando e, dessa vez, o caminho tem sido de mão dupla... pelo menos por enquanto. A alternativa X é acreditar. 

Um beijo e muito amor para quem for!

Dani

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Date a girl who reads


"Namorei" esse texto do início ao fim. Como leitora compulsiva, de Barsa a folheto de mercadinho, digamos que esse espaço cedido a ele em meu blog pode parecer algo como legislar em causa própria. Não é propaganda, estamos cheios delas neste período de eleições, mas é quase uma defesa das mulheres leitoras: sou uma nerd moderninha, a descolada certinha, embora distante (Grazie Dio!) de puritana. 
Como canta a Rita, eu, assim como a Pagu, "não sou freira, nem sou puta". Sou leitora. Leio três livros ao mesmo tempo para conseguir segurar minha atenção em pelo menos um, desisto dos três se me dá vontade, paro e volto, concluo e posso recomeçar o mesmo livro para degustar de novo.
Livros são obras de arte. Precisam ser contemplados. E o que mais me intriga é a ousadia do autor, a coragem de arriscar a oferecer um pedaço tão grande de si aos outros. 
Ler é como fazer amor: tocar, sentir a textura, o cheiro, buscar a melhor forma de se acomodar naquele instante, apreciar, sentir, tomar posse por alguns momentos, apaixonar-se, ser único, deslizar, virar a página para continuar a história. 
E, a não ser pelos propósitos que os estudos freudianos poderiam talvez esclarecer, "namorar" uma mulher que lê (e sabe interpretar, o que infelizmente nem todo mundo sabe) é dispor-se a um universo muitas vezes mais interessante até que o próprio livro. Basta fazer boa leitura. Beijos meus... 





"Namore uma garota que lê"


Rosemarie Urquico



Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café. 
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. 
Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, E. E. Cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade, mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.
Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve."