quinta-feira, 10 de junho de 2010

Número pequeno

Nem tudo o que a gente quer faz bem pra gente.
E às vezes, esse processo de compreender que não se pode ter tudo o que se quer, é bastante demorado.
O pior é a sensação de vazio que sobra. E o que sobra é resto. Ninguém quer ser ou ter resto.
Por muito tempo - e dois dias podem ser muito tempo pra quem tem urgência em ser feliz – convivi com essa sensação de vazio típica do doar-se ao que não convém, embora se deseje.
Mas o desejo também pode ser limitador, pois em geral é subordinado à ansiedade.
Eu queria, mas não servia pra mim, como uma roupa pequena, um sapato pequeno, coisas que nos apertam e doem.
É como a água tomada num copo de pinga para uma sede gigante.
Não mata a sede, mas ela, sim, pode nos matar.
É por isso que as coisas têm que ser proporcionais.
A cada coisa, seu real valor de acordo com o tamanho e a importância.
O desejo precisa ser conveniente e caminhar por uma via de mão dupla. E pela aceitação.
Essa é uma lição que o processo de amadurecimento - não da idade, mas da vida - é que vai nos ensinando.
E aprender é uma arte, compositora de uma obra que não pode acabar para que não haja retrocesso. 

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Bem mais que aqueles 20 e poucos anos...

Um do seis de dois mil e dez. Olha só... que data essa!!! Mário Quintana, que eu amo loucamente, diz que tudo o que começa no calendário é bom porque dá a impressão de recomeço... Mas não é o que é? As mulheres sabem que existe uma monotonia tão feminina nas coisas quanto uma menstruação mensal, que deveria ser mês-truação e que, para muitas, como eu, é uma monstruação.
Vou tentar clarear: fazer 30 não é fácil. Piorou? Pois é pra se pensar. É monótono porque sempre se ouve alguma coisa sobre a idade balzaquiana. Aliás, virou clichê. Mas é uma pressão que se acomoda em nossa cintura, reflete em nossa pele, no brilho do olhar, nas pontas do cabelo... tudo muda, sim. Inclusive essa mania das pequenas preocupações.
E é justamente essa, a mania, essa coisinha que faz a gente pensar tanto, interrogar se é possível dar aquela paradinha na casa dos 20, que passa e vai passando, passa logo, passa no máximo até os 33.
E daí, ter 30 fica muito interessante. Não tem comparação. É uma idade serena, propícia a recomeços, investidas, desesperos alguns, mas a gente fica boa de se ver no espelho. Não encontra mais aquela menininha, embora ela ainda esteja ali, mas a impressão que dá é que ela ficou uma menina superpoderosa, com um ar tão mais sensual diante de experiências que se acumularam nas três brilhantes décadas, que é difícil “resistir-se a si mesma”...
E aos poucos a gente vai soltando um sorrisinho maroto, se olha de ladinho, se observa e chega à conclusão: “sou bem melhor agora!”.
Sai pra rua, ao estilo “Sex and the City”, uma verdadeira “Primavera” de Vivaldi, poderosérrima, poderosíssima, cabelo esvoaçante de matar de orgulho aquele amigo cabeleireiro, o melhor dos vestidos em tecido leve, aquele mega salto agulha, gigante, braços balançando mansamente ao lado do corpo, livres completamente, queixo em riba, olhos em frente, passos largos e seguros, um sorrisinho de “comigo, ninguém pode”, dona da calçada.
Entra na padaria, encara o balconista e pede: “dois filões e um litro de leite”. E o moço quase se mata pra abrir o saquinho do pão, diante daquela mulher absoluta que acaba de enfeitar seu dia. Pesa o produto na balança e dá aquela olhadela de canto, enquanto ela finge estar observando o restante do estabelecimento, mas na verdade não está vendo é nada, só fazendo charme pra todo mundo.
Pega o produto e sai, com um “muito obrigada” dos mais seguros e aquele sorrisinho de canto de boca, charmosa, sempre.
Conclusão (só pra dar gancho, já que não gosto de conclusões, pois acho que todo pensamento pode ser repensado): a mulher de 30 continua fazendo as mesmas coisas de sempre - como ir à padaria -, o cotidiano não muda, ela ainda é uma menina, se bem que muito mais poderosa agora. O que modifica é algo dentro dela, que só se descobre com o tempo, aos poucos, de novo charmosamente. E, depois dos 30, lá pelos 30 e uns, quase aos 40, o que chega é a gostosa sensação das experiências vividas, que nos leva a refletir sobre a célebre questão: “ahh, se eu tivesse essa cabeça aos 20...”
Feliz aniversário, Pri, minha Barbie mocinha.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Aí, bródi, vamo falá di Zé, meu mano.. wooww



"Hot Water", de Antonio Trivelin
Pimenta na casa da Dri e do Zé, deu um refresco na paisagem


Fazer Jornalismo é uma arte. Exige, como a qualquer obra, paciência, determinação e envolvimento. Conheci muita gente jornalista nesses 20 anos em que essa profissão marca minha vida de diversas formas, mas algumas, emprestadas até de outras áreas, assimilam a essência dessa produção até melhor do que os "formados nisso".
E gostam demais e se entregam muito. Vivem a arte.
Meu amigo e "meu fotógrafo" (ele não gosta que eu fale assim), Antonio Trivelin, o Zé, que eu chamo de Zé por causa do tal de Zé Bob, da novela sei lá o quê, porque não assisto nenhuma.
Moreno, alto, bonito e de expressivos olhos verdes (ahamm...), com cílios longos de matar de inveja a mulherada, ele é um administrador de empresas que ficou fissurado pela fotografia e se redescobriu.
Eu o admiro: jogou pro alto um emprego estável, de rendimento considerável e oportunidade de crescimento, pra se engajar no fotojornalismo, usar calça jeans surrada, camiseta de rock'n'roll, tênis e moleton pra rebater o frio, quando está.
Ainda Bem!!!! Graças a Deus!!
Nos presenteia com imagens maravilhosas, ganha prêmios, faz viagens, é um cara sério, mas conta piadas com cara de sério, troca e-mails criativivísssimos comigo, que me fazem ficar rindo por um bom tempo. A gente tem uma linguagem de "mano" que é muito engraçada, qualquer dia posto aqui um desses "entreveros".
Ele escreve sobre as coisas que vê, conversamos muito porque é um parceiro, passo mais tempo com ele do que com a família por conta das horas que o Jornalismo exige do nosso dia-a-dia. Em cada conversa (nem digo isso a ele) mas fico ouvindo tudo muito bem, orgulhosa e sorridente, porque é muito bom estar ao lado ali de uma pessoa tão maravilhosamente interessante.
Ele tem jeito de chatinho, coisas que acontecem com quem sabe que é the last cookie of the package.. pois é, quem é sabe! hehehe... Gosto de gente assertiva e chato por chato, eu também sou bem criada.
Tenho uma dívida de fé com ele, que cuidou de mim num certo momento como um bom amigo faz, nem precisei chamar. Nunca vou esquecer. Adoro ser cuidada. Como disse, sou mimada, bem criada. E quem não gosta? Atire a primeira chupeta...
É um bom homem, o Zé, e tem uma boa mulher. Aquela Dri dele é uma delícia de pessoa delicada, que surge feliz sempre e linda com aquela sua morenice na nossa frente. E traz July, a dog (que é Cuca e eu insisto em chamar de July, ainda não sei porquê). A dog me adora, porque fica toda faceirinha quando me vê. Mas ilumina tudo, a Dri quando passa. Incrível esse dom que infelizmente poucos têm. Mas como sou uma pessoa de muita boa sorte, tenho muita gente assim em minha vida. Um privilégio.
Eles, Zé e Dri, resolveram pintar o apartamento, dar aquela garibada pra manter. Colocaram lá um quadro que amei, de uma pimenta na água, foto dele mesmo, show de bola. Queria pra mim. Ele conta um pouco no blog dele; ele conta várias coisas do cotidiano no blog dele e coloca lá fotos que não são publicadas por falta de espaço na edição do jornal em que a gente trabalha. E dá aos visitantes a oportunidade de apreciar sua linda produção fotográfica, das melhores e mais prazerosas de se ver -- aliás, em Piracicaba, fica difícil escolher o que não ver no fotojornalismo, de tanta gente boa que há e qualquer dia falo melhor sobre isso.
Cidade de artistas repletos em todas as expressões.
Mas é isso... não to lá muito inspirada esses dias por conta de uma gripe danada... mas quero que olhem o blog do Antonio. Não tenho agora nenhuma foto dele aqui, que valeria a postagem pra se fazer babar pela beleza (falo dele e das fotos dele), mas vou providenciar.
Vejam lá. Clica Antonio Trivelin aqui ao lado. Ou nesse aqui ó: http://antoniotrivelin.wordpress.com/
Espero que, como eu, gostem muito.
Beijos e flashs (kkkkk... brega, mas ta valendo, com gripe a gente fica sem graça mesmo... hehehe). :)