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segunda-feira, 5 de março de 2012

Finaaaal do primeiro tempo!

Tirar manchas de roupa também é uma luta!!


Hoje cheguei a 7ª e última sessão de quimioterapia e estou muiiito feliz, pq deu tudo certo. Mais feliz ainda porque essa experiência maravilhosa foi comigo. Como jornalista, essa tem sido uma grande pesquisa de campo. Mas, de verdade, agradeço diariamente por ter sido comigo e não com minha filha ou minha mãe... ou qualquer mulher muito próxima de mim.
Dentro de uns dias, começo a próxima fase, a da radioterapia. Serão cinco semanas, com tratamento diário e já sei que vou tirar de letra. Não que seja simples, mas creio que será um aprendizado e terei facilidade. Boto fé nisso porque sou resistente à dor, resiliente, tenho facilidade para esquecer e desassimilar o que me faz sofrer. 
Nessa primeira fase, apesar dos momentos em que me senti um pouco pra baixo, solitária, com um desejo imenso de simplesmente ter alguém do meu lado só pra segurar minha mão e mais nada, não me faltaram bons amigos presentes que, contabilizando, não preenchem os 10 dedos das minhas mãos. Mas também tive bons amigos que, mesmo distantes, ligavam constantemente, enviavam mensagens, me deram carinho à sua maneira. Me dispensaram atenção e me deram importância.
Minha família também se perdeu comigo nessas descobertas e talvez algumas pessoas tenham encontrado algo de bom... é o que se deseja a todo mundo. Minha mãe, meu pai, meu ex-marido e minha filha se doaram como puderam, foram muito carinhosos, solícitos e presentes. Fizeram muito bem pra mim, mesmo quando não compreendiam o que precisava ser feito. 
Mas a próxima fase será mais fácil. E sabem por quê? Porque tenho uma forma de pensar sobre a necessidade de fazermos por nós mesmos, embora nem sempre eu aplique, mas posso dizer que me empenhei 90% nisso. Sempre procurei manter-me firme na ideia de que todas as coisas são um presente na vida. A gente vive demais o passado, faz muitos planos para o futuro e renega o presente. É preciso pensar mais no hoje, no que a gente precisa hoje. 
Outra atitude que fez diferença foi meu comportamento: não é preciso ter uma cara de doente e acabada para se estar debilitada na saúde. Muita gente me cobrou isso e para elas eu apresento meu dedo do meio. Muita gente adorou minha atitude positiva e o esforço para me manter sempre bonita e alegre, porque faz parte da minha personalidade. Pra elas, meu dedo positivo, hang loose, rock'n'roll. 
Nunca me importei em ser exemplo pra nada, nem ninguém, porque tenho comigo que o grande barato da vida é a diferença entre as pessoas. Mas desta vez espero, francamente, que meu bom humor e as boas consequências que advêm dele, estejam servindo como exemplo, força, atitude, que ao menos tenham feito alguém pensar sobre a necessidade de ter fé na vida e em si, em Deus (seja como ele se manisfeste), na capacidade de dar solução aos problemas, de viver de uma maneira mais simples, afinal não precisamos de muita coisa. Mas é fundamental termos saúde!
Outro dia eu estava me sentindo muito indisposta e observei um grupo de pessoas dançando, pulando, bebendo, brincando e se divertindo. Pensei: "puxa, eu conseguia fazer tudo isso e agora estou só olhando. Tudo bem, esse é o meu momento, essa sou eu, maravilhosa como posso e alguém que consegue ser feliz vendo gente de bem com a vida perto de mim." 
Mas a conclusão é que quando a gente está bem de saúde, nem sempre se importa em cuidar dela. E não falo apenas de ter um corpo sarado, que para muita gente é só isso que é saúde. São as boas companhias, os momentos de felicidade, um trabalho que lhe dê prazer, a comida feita com amor e dividida com quem a gente gosta, um passeio num parque, a dedicação a um hobby, desenvolver uma habilidade, viajar, conhecer pessoas e lugares novos, ter coragem de mudar e voltar atrás caso não seja aquilo que se planejava, optar por alimentos que preencham sua alma e saciem sua necessidade, cuidar do corpo como sua primeira residência, cuidar da alma como sua residência eterna, cuidar dos seus desejos e do coração como a morada da sua alegria, cuidar dos seus como o abrigo para seu coração, chorar e refletir quando a tristeza, o desânimo, a solidão, a inveja, a raiva chegarem, afinal somos humanos e sentir essas coisas não é mal, mas importante para nos colocar em reflexão e nos propor o conhecimento de nós mesmos. Mal é o desequilíbrio em quaisquer níveis: não existe gente somente feliz, somente boazinha, somente educada. Essas são para se desconfiar. Perfeitos são os que sentem, amam e odeiam, mas buscam em todas as suas capacidades, a evolução, a solução para seus perrengues, mesmo que inconscientes disso.
Tudo nessa vida tem como ser sanado, absolutamente tudo é possível de se resolver. Eu não duvido disso, porque minha vida tem sido uma sucessão de felizes milagres diários. Fé não é acreditar, mas nunca duvidar. Somos seres divinos, capazes de mudarmos muita coisa no campo universal, no âmbito de nossa convivência, mas com grande dificuldade de transformarmo-nos às vezes. E é essa a tarefa mais difícil mesmo.Talvez seja pra isso que estamos aqui: não pra mudar o mundo, mas pra nos descobrirmos seres divinos. 
Eu tenho tentado cada vez mais dar ouvidos a minha intuição e perceber sua proposta na área da minha razão, mesmo quando ela se manifesta no barulho do meu caos interno. Ouço seu silêncio, sua sutileza, analiso seus valores. O resultado tem sido produtivo. Está valendo a pena viver minhas experiências. Agradeço a Deus e ao universo, de verdade, por tudo o que recebi até agora. Que eu tenha cada vez mais forças e em cada situação, eu possa renovar minha fé.

É isso. 

sábado, 31 de dezembro de 2011

Toutes les femmes de la maison de mon coeur


As mulheres da minha vida têm nomes doces e apelidos delicados. Têm jeito romântico, mas são de atitudes fortes, mulheres originais, de caráter único e personalidades marcantes. São como bons perfumes, que não passam sem deixar no ar o melhor da essência, sempre perceptíveis.
As mulheres da minha vida são como as boas mulheres descritas há mais de  um século por Machado de Assis: as melhores frutas do alto da macieira, apenas os bons podem alcançá-las.
Eu as tenho no melhor lugar do conforto do meu coração. Eu as amo, com um sentimento incomparável, que transcende a distância, o contato, que existe mesmo na passividade, mas também se delicia no encontro e na felicidade de observar cada sorriso.
São mulheres de grande valor, são meninas brilhantes, são senhoras de si. Alimentam a manutenção feminina como um ser divino, imponente, próximo e santificado. São seres ilibados, talvez o adjetivo que melhor as defina.
Não são apenas cor-de-rosa-choque, numa representação da feminilidade. São de uma cor específica, compreendida por olhares sábios, reproduzida pelo encantamento das flores beijadas pelas asas das borboletas, em uma tentativa de poesia frustrada pela imensidão do valor de cada uma delas.
Nesse 2012, desejo me tornar, como venho almejando ao longo da vida, um ser melhor. Quero buscar no exemplo ou apenas na perspectiva proposta pela existência dessas deusas, as qualidades que anseio para mim como representante desse sexo consagradamente superior em toda a sua natureza.
Minha felicidade tem nome e apelido femininos apaixonantes. Mariana, Jéssica, Isabela, Júlia, Bruna, Sônia, Gisele, Veridiana, Talita, Angela, Priscilla, Jaqueline, Dri, Tati, Carlota, Fabiane, Suzana, Duda, Paola, Ude, Fernanda, Cecília, Giovanna, Sandra, Luciane, Elza, Rosa, Giuliana, Lídia, Arlete, Ruth, Mena...
Eu as amo.

Daniele

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vida grita dentro de mim



Hoje, dia 12, chego à metade das seis sessões de quimioterapia, desta primeira das três fases do tratamento preventivo. Só quem está mesmo muito próximo para saber o quanto esse período de 135 dias tem sido inacreditável, movido por descobertas.

Minha vida tem sido abençoada de gente, de coisas boas, de mudanças que tento  aceitar usando a sensibilidade de quem quer fazer tentativas. As experiências são benditas.

Até aqui, foi como se eu tivesse ganhado um anjo guardião que irá morar para sempre em minha alma para tornar as coisas mais leves. Ele, me fez reaprender a sonhar, a ouvir a música do passado apenas com o sabor das boas lembranças e seguir em frente com coragem e a amar a mulher bonita e interessante que despertou nessa fase da vida.

Pois bem, agora o anjo passou a ser eu. Porque a primeira impressão de minha vida ao acordar é minha, depois de uma noite bem dormida sob a luz de uma lua que é igual para todos, em paz com minha consciência e com a verdade do meu coração. As escolhas vêm da conversa com meu íntimo, o conhecimento que adiro é único, já que somente eu posso senti-lo depois de experiências e experimentos.

Assim, a partir dessa nova percepção, pude provar a verdade no olhar de meus outros anjos: um amor desejado, bons amigos sempre esperados e a família importante e adequada, que se mostram cada dia mais significativos.

É muito boa a sensação de serenidade. Isso também faz parte da minha redefinição de postura e sobre o que quer dizer praticar a paciência como um dos maiores poderes pessoais. Leva ao encontro do equilíbrio, mesmo quando a situação é de uma perda lamentável ou, mais, quando o fim chega sem despedida, abrupta e cruelmente.

Só peço aos que amo imensamente: tenham cautela com meus sentimentos e respeitem minhas necessidades. Eu não vou deixar de cuidar de tudo o que posso, não por carência, possessividade ou controle, mas porque isso está em minha essência. Agora, porém, por diversas razões, sou eu quem precisa ser cuidada. É o que quero e tenho recebido à medida da capacidade de quem está.

Obrigada a todo mundo. A metade de um todo já é um inteiro, porque o iniciar é uma experiência que exige somar no nosso ser divino a coragem e a sabedoria.

“Hoje eu vou mudar, pôr na balança a coragem, me entregar ao que acredito, para ser o que sou sem medo... Sair de dentro de mim e não usar somente o coração, parar de cobrar os fracassos, soltar os laços – 'dar linha na pipa mais uma vez' - e prender as amarras da razão! Voar livre com todos os meus defeitos, para que eu possa libertar os meus direitos e não cobrar dessa vida nem rumos e nem decisões. Hoje eu preciso e vou mudar! Dividir no tempo e somar no vento todas as coisas que um dia sonhei conquistar. Porque sou mulher como qualquer uma, com dúvidas e soluções, com erros e acertos, amor e desamor. Suave como a gaivota e ferina como a leoa, tranquila e pacificadora, mas ao mesmo tempo irreverente e revolucionária. Feliz e infeliz, realista e sonhadora, submissa por condição, mas independente por opinião. Porque sou mulher com todas as incoerências que fazem de nós um forte sexo fraco.”


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Espera


Enquanto você não chega, penso no que poderia eu, ter errado...

E se você não chega, o que deveria fazer para te despertar a pressa?

E enquanto te espero, tenho o cuidado de estar do jeito que mereces...

Mas, enquanto você não chega, me distraio com o que há de mais lindo e belo

Para quando, enfim, você estiver comigo... nada mais me encante.

(Gustavo Bean Leoce) ... Lindo isso!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Por obséquio, dá uma chance a esse cupido?





Amar é jogar-se! Certamente quem já amou sabe o significado desse termo. Não é apenas expressar palavras que saem facilmente dos lábios. Porque falar é fácil. O "eu te amo" vem de dentro, deve ser respeitado e valorizado. Quando alguém gosta realmente de você... poxa vida!!! Essa pessoa fez uma escolha e foi por você!!! Não vale dizer que não vale a pena, não vale dizer que não serve, mesmo que você  não sinta o mesmo. 
Pessoas não são pedaços de pau, sem vida. Sentir é concreto sim, não importa a distância, não interessam os obstáculos, a gente não se apaixona por uma cicatriz ou por um par de olhos. Amar é quando se almeja o ser completo, com suas imperfeições, com seus defeitos, limitações. É assumir o risco, porque muitas vezes ele ocorre apenas em  mão única de direção. E daí? Não foi sua escolha? 
Que tipo de gente é essa que tem medo de sentir por receio de não ser correspondida, de sofrer depois? Amar é arriscar, como viver, como sair de casa! Você pode ser correspondido ou não, pode sofrer depois ou durante ou por um longo período de tempo se não for compreendido, mas uma hora passa, tem que passar. A dor nunca é eterna, mas a lembrança é. Fica com as boas lembranças, opta por elas, pra que se martirizar com o que não foi bom, martelar até morrer de tédio e antipatia? 
Por vezes, a lembrança deixa marcas na personalidade, faz com que a gente pense em se arriscar menos e tenha a certeza de que vai errar menos... mas aí você conhece aquela pessoa especial e... pimba!!! Se apaixona de novo, se amarra, se enrola até os cotovelos, se entrega, vive a vida, renova o ar, recupera o coração, esquece a ferida e, quando vê, já era! Recomeça a aventura de ser feliz na expectativa que o outro te deseje, te valorize, te queira, te ame também. 
Amar é certeza, não se ama com espaço às dúvidas. A gente se entrega, mesmo que no futuro haja juros e dividendos, cobranças indevidas... mas relacionamentos são assim: acertos de contas, ajustes de condutas, renovação de caráter, sintonia viva, coloração da alma. Essa história de pega, mas não se apega, só pra quem está vazio. Então, vai se preencher! Pega, se apega, pega de novo, fica mais, vem pra perto, tão gostosinho, evolui nisso. Por que não?
Que medo é esse de receber o que o outro está te dando de bom? Aliás, o que o outro está te dando do melhor dele, porque amor não vem do coração, vem da mente, ganha a aprovação dela pra depois sentir no peito. 
E é tão bom amar e ser amado!! Saber que daqui do Alaska  tem alguém pensando em você, tomando atitudes que remetem à sua memória, durante todo o seu dia, mesmo que a outra pessoa esteja lá na Guiné!! Quantos quilômetros são suficientes para se dizer que ainda  é possível sentir algo por alguém e a partir de quantos quilômetros esse sentimento deve ser eliminado, execrado, partido ao meio, estrangulado?
Abomino quem não se propõe a amar de verdade, quem gosta de coisas mornas, pela metade, quem prefere a incerteza da dúvida à confiança e segurança da felicidade, mesmo sabendo que tudo tem um preço. 
A vida é isso aqui mesmo e é uma só pra essa etapa. Vai fazer o quê? Cruzar os braços e deixar passar? Com licença: aprende, vira a fita, morde a fruta, vai amar!!! 
Como diziam os Beatles, "All we need is love, love... Love is all we need". É o que todo mundo precisa. ...
Não há nada mais gostoso do que ter alguém pra compartilhar. E quem não quer, levante o braço, bem alto!
Tenha coragem de ser feliz!


Besos calientes!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Santa Daniele do Infinito Amor e Ódio ao Próximo


As pessoas se deliciam na dor, seja delas, seja dos outros. Têm uma necessidade de visualizar a morbidez, o sofrimento, a aproximação da morte, da desistência do continuar. Exigem de quem está doente a feição que projete a dor física e emocional, eliminando qualquer possibilidade de continuar a sorrir. 
Pois saibam, meus caros, que o sofrimento é um acontecimento solitário. É um encontro sozinho do "seu eu consigo" (horrível essa colocação), é só o que vc sente, com sua angústia, seus medos, inseguranças, incertezas, dúvidas, novidades, descobertas, desesperos, necessidades, conquistas, suas coisas. Só suas.
Mas mesmo essa solidão, é amenizada pelo círculo de amor que se forma ao nosso redor. Desde que eu me lembre, sou rodeada de muito amor, nasci assim já. Minha vida toda foi repleta dessa proteção, porque não há maior indício da existência de Deus que esse dar e receber amor sem esperar herança. 
E, pensando bem, acho até que foi essa possibilidade que me tornou uma mulher corajosa, fortemente delicada. Não tenho medo de nada, como diz minha filha "tudo o que é de difícil você enfrenta, mãe", mas também não tenho medo de amar imensamente todas as coisas que a vida me oferece. 
Sou assim, intensa, por isso meu câncer eram dois: dois, simultâneos, no ovário e no endométrio, crescendo separadamente, um deles totalmente explícito, me chamando pro pega lá fora, querendo me deter; o outro, escondidinho, na tocaia, prestes a me dar o bote. Foi difícil descobrir, mas existe uma luz divina sobre todas as coisas, menos sobre línguas ferinas. Portanto, cuidado com o que sai da sua boca, cuidado com o que permite que tome conta do seu coração!
Esses dois elementos semi-espertinhos, não conseguiram levar de mim a alegria e a verdade de pessoa que me tornou uma Dani Ricci muito querida (isso mais me parece um personagem do que meu nome), amada e admirada e que oferece aos bons o mesmo amor e bem querer. Basta chegar: esta é uma porta sempre aberta! Mas não traga sua maldade, porque ela não passa nem no vão e para que eu tenha tanto amor, eu também sou feita de um ódio mágico, como coisa de bruxa, que faz com que coisas aconteçam. 
Reparei esses dias em um comercial de TV em que as pessoas se revezavam num subir e descer de escadas que dão em lugar algum e diziam as seguintes frases: "Sonhos não são feitos para passar em branco. Em qualquer parede você pode abrir uma porta. Não desista, nunca!" 
Pensei muito nisso e nas oportunidades que surgem na vida da gente, mas principalmente na forma como encaramos essas chances e, ainda, quem vai estar com a gente nessa jornada. Escolhemos, mas também somos eleitos. E é nessas companhias que daremos colorido aos sonhos, que esculpiremos  buracos e frestas em paredes inteiras para deixar passar nossos sonhos. Ninguém tem o direito, a ninguém se dá o direito de pisar em nossa trajetória. Todo mundo tem direito à boa índole.
O amor que a gente leva, é uma prova da existência real de Deus em nossas vidas. Ele não está esperando por vc no altar, bem como Cristo não está simplesmente sentado à direita do Pai. São metáforas para dizer que o divino vive dentro de nós, portanto cabe a cada um externá-lo, deixar que se torne expressão. A voz do coração tem acesso direto com Deus, é a linha divina da bondade da alma com o dono do universo. 
Não se pode entrar numa fazenda e colher as frutas do pomar sem a permissão do dono. Então, a gente tem que pedir a Deus que nos fortaleça em nossas missões, que nos permita fazer com que aconteçam, que nos mantenha intactos e protegidos diante da maldade. Estou sendo uma ferramenta, da forma como suporto, e embora a abertura na minha parede seja pequena, consigo passar por ela todas as coisas positivas e as pessoas positivas que me rodeiam. Por esse vão, eu sinto a luz entrar e ela é intensa! 
Quem não tem capacidade de amar e respeitar sem dúvidas ou inveja o que não tem a menor noção do que representa, se não consegue ver a luz passar pelas frestas da sua parede, deve recolher-se à insignificância. Quer um conselho? Vai amar!!!
Eu é quem sabe o que está acontecendo, eu sei o tamanho da minha cruz, mas sou forte! Opto por sorrir a todo momento, por estar entre amigos, sem distinção de pessoa, por chorar, me derreter em lágrimas quando estou sozinha, por respirar a vida, seja num campo silencioso, seja numa festa agitada, por  ter um novo e eterno amor no momento pra sempre, por perdoar dívidas antigas, por transformar o verbo em poesia, por fazer da poesia um desabafo, por não me importar se alguém entenderá o que falei, por provar nossos sabores, por lavar minha alma como bem entendo. Mas continuo pagando minhas contas, tomando meu sol, arrumando minha própria cama. 
Não tem nada para dizer, cale sua boca. Não tem nada para doar, ouça e aprenda. Não tem nada para fazer, vá ler um livro... ou este meu blog, que aliás, é bem inspirado. Lave a sua boca ao falar dos outros, lave a boca para falar de mim. Eu sou santa, não sou qualquer mortal cheio de dúvidas e isso não é um sacrilégio. Não creio em pecados. Creio em mim. Respeite minha divindade.

"Santo é o espírito capaz de operar milagres sobre si mesmo." (Viviane Mosé)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Eu tinha medo de ETs...



Eu tinha medo de ETs até outro dia. Até ontem, quase hoje, porque uma noite mal dormida e cheia de pensamentos pode levar à confusão mental. Eu tinha medo e fiquei refletindo até descobrir, puxa vida, que o ET sou eu! Nou sou deste mundo Terra de sensações efêmeras, relações passíveis de nenhuma importância, lado único de ônus de prova.
Gosto da liberdade de poder falar e sentir, dessa que se materializa na sensação do vento na cara e da oportunidade proporcionada pelo toque, a troca de olhares, a palavra (que é meu domínio sobre o mundo... salve Cecília!).
Entre minhs sensações deliciosas, admiro os cavalos. Imensamente. Não sei mais montar como fazia quando criança no sítio, nem tenho mais coragem porque gosto tanto que acho que eles servem para serem apreciados apenas. São espetaculares quando correm, têm uma beleza ímpar e te olham como se convidassem a um carinho. São seres divinos.
Mas também amo as invenções humanas que se assemelham a criações divinas. Acho isso dos aviões, são uma de minhas poucas paixões. Eu fecho os olhos e me lembro da emoção de voar pela primeira vez. A gente vai perdendo o chão e uma vez ali, não tem como desistir da viagem, só se quer continuar. A gente fica nas mãos do piloto, um nobre desconhecido e, mesmo assim, admirado e cheio da nossa confiança. Depois da decolagem, a estabilidade causa a impressão que são só vc e o silêncio dos céus interrompido pela força das turbinas. Me lembro que nessa minha viagem fiquei vidrada e sentia vontade de buscar as nuvens.
Quando temos a chance de olhar o mundo do alto, tudo parece tão pequeno, ao mesmo tempo tão grandioso de pensarmos nos terráqueos como pontinhos de luz a se movimentar lentamente sobre o solo, buscando seus espaços no universo que há instantes era só do outro.
Aviões de todo o porte são imponentes, diligentes, fortes, atraentes, carregam essas vidas observadoras com uma leveza que, em princípio, ao vê-los de perto, nem parece possível.
Mas há tantas coisas que se revelam diferentes do que eram no começo e às vezes continuam fortes. De qualquer forma, com poucas exceções das quais eu me lembro agora, como o veneno, é preciso dar abertura e experimentar as novidades para saber se valem à pena.
Entrar para uma batalha pode ser desde um desafio até uma necessidade e não importa o tamanho do exército, mas a forma como se reage durante a luta é o que define o resultado. Mas pior do que a derrota, é a falta de coragem, porque ela paralisa, fortalece o oponente, leva embora a confiança.
E não é a distância dos objetivos que por vezes torna as coisas impossíveis; é a inabilidade em lidar com a possibilidade da transformação.
Uma batalha dessas é como o esforço de tentar fazer alguém feliz. Requer cuidado e atenção, como tudo na vida. As armas variam de acordo com o exército e ferem de diferentes modos.
Nessa minha descoberta como ET vejo que sou tão ingênua quanto era quando terráquea. É que sou uma venusiana, Vênus é um planeta notoriamente feminino. Sou uma fêmea ingênua num planetinha feminino e não acho ruim. A ingenuidade é uma qualidade dos bons também e está sempre nos ensinando alguma coisa.
Ontem li um conto do Fabrício Carpinejar (tem link dele aqui no blog), relatando seu arrependimento ao ter feito a irmã levar uma surra ao entregar o diário de menina dela aos pais, numa estratégia de combate definida junto com o outro irmão. Como compensação - e as compensações sempre são mecanismos egoístas - ele resolveu criar o próprio diário de adolescente. Um dia, o outro irmão descobriu e também levou o diário dele aos pais. Mas o espertinho caiu do cavalo, porque no lugar de apanhar, Fabrício quase foi condecorado. Nas frases que escrevia no caderninho todas as noites, ele afirmava coisas como "adoro lavar a louça e varrer as folhas do pátio, minha mãe precisa de ajuda para não envelhecer"; "meu pai tem sido um bom conselheiro, quero ser igual a ele no futuro"; "os irmãos são anjos que me protegem dos tropeços na escola"; "nada melhor do que uma missa para começar o domingo".
Ele colocava as mentiras no diário para viver as verdades em segredo. Driblou a ingenuidade ao aprender com a experiência da punição da irmã. A mentira o poupou e até gratificou durante anos.
Quando eu era terráquea, ainda acreditava que falar a verdade era uma qualidade, mas isso é pensamento de terrestre mesmo. Não que eu tenha passado a mentir, mas agora que sou venusiana, aprendi a deixar as verdades em segredo. Foi depois de um voo bem alto, que me fez olhar os pequenos pontos de luz e sus necessidades de ser mais do que é preciso, quando o que se é já está suficiente. A vida é isso aqui mesmo, sabe, a gente se entrega às futilidades por besteira, mas a frugalidade é o que realmente traz paz.
Mas tem coisas dentro da gente que nunca mudam, mesmo quando o céu não está pra brigadeiro. É a essência, sempre digo. Então, mesmo daqui de Vênus, ainda sou fascinada pela imponência das aeronaves, pela confiança de seus comandantes e continuo apaixonada pelos cavalos, embora dispense resolutamente os coices.

É isso, minha gente. Boas viagens.