Inspirações, reflexões, escrita afetuosa, histórias para sentir... ou simplesmente deixar fluir!
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sexta-feira, 10 de novembro de 2017
Um tchau pra Cabrita
Hoje morreu a atriz Márcia Cabrita, aos 53 anos, de um câncer de ovário que enfrentava havia sete. Ela ficou mais conhecida como a Neide Aparecida, a doméstica do programa Sai de Baixo, da Globo.
Quando eu tive a mesma doença descobri seu blog, intitulado Força na Peruca, que me alimentava com esperança e companheirismo (tinha mais gente com os mesmos receios e temores!) e dividíamos esse momento com essa troca. Cheguei a escrever sobre isso aqui, no Linha na Pipa.
Como atriz, seu desejo era ser sensual, mas era mais engraçada e seu sucesso veio com a aceitação de quem ela era de melhor.
Assim se faz o sucesso (não falo de fama, mas de conquistas pessoais): quando a gente ouve nossa voz interior, conversa com ela e a respeita.
Com o câncer não tem muita conversa. É um combate. E não há perdedores, nem mesmo a morte os classifica dessa forma.
Ela se foi, eu superei, superamos de maneiras diferentes.
Não me tornei frágil, nem menos (muito menos) incapacitada para trabalhar, sair, namorar, viver. Ao contrário, sinto-me mais amadurecida e tranquila, tenho mais facilidade para tomar decisões, aceitar opiniões, falar com respeito e calar com sabedoria. Sou uma mulher realizada, com muito sucesso como mãe, filha, irmã, amiga e profissional.
Pode haver quem discorde, mas compreendo e me calo com sabedoria. Cada um sabe o que é melhor para si e às vezes enxergamos o melhor para o outro, que o outro não está vendo sozinho. Para isso, tem a amizade e o amor.
Com carinho pela querida Márcia, compartilho um post do blog dela, bastante pertinente, na minha opinião, como também os outros que ela deixou. Espero que você tenha um tempo para ler.
Como não encher o saco de alguém com câncer
Beijão,
Dani
terça-feira, 12 de novembro de 2013
"Pour agir et réagir" - prescrição médica
"Quando uma porta se fecha, outra se abre.
Portas fechadas trazem mudanças...
e às vezes é exatamente disso que você precisa!"
Li a frase num lugar qualquer da internet.
Eu sou adepta a mudanças. Se a questão é prática, acho fácil. Mudar exige coragem para o novo, confiança, otimismo, positividade.
Difícil é promover a mudança emocional. O que a gente sente, é carregado de expectativas. Exige mais que coragem, mais que otimismo: é muito esforço, perseverança, amor próprio e, principalmente, desapego.
Mas nunca se esqueça: "Isso logo passa!" Foi o melhor conselho que já ouvi.
sábado, 12 de outubro de 2013
Amar a Deus, a nós e ao próximo sobre todas as coisas
Outro dia, numa conversa com um querido amigo, falávamos sobre a necessidade de mudança de comportamento das pessoas de maneira geral, pois às vezes temos a sensação de que o mundo está no avesso. Meu amigo é católico e eu respeito e admiro o jeito bonito como ele se dedica a sua crença. Para ele, uma das soluções seria o retorno de Cristo em meio aos homens, para que as lições de amor fossem revistas - lembrando que dois dos principais mandamentos são fundamentais: "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". No mínimo, pensamos que algo extraordinário, como o fato das pessoas refletirem melhor sobre suas atitudes, aconteceria. Será?
Penso que não se trata de acreditar ou desejar essa visita divina, mas de nós irmos a Ele, de amarmos o Deus vivo e livre dentro de nós. Cada um encontra sua maneira de fazer isso, mas muitos deturpam os reais valores da vida.
domingo, 2 de junho de 2013
Renove sua fé pra mais esse restinho de ano
As pessoas estão cada vez mais em busca de alimentar a fé, seja pela religiosidade tradicional ou pela alternativa. Mesmo assim, mostram-se fracas quando surge uma situação diferente, com a qual têm dificuldade em lidar.
Como podem achar que têm problemas se há a busca constante por alimentar sua fé? Fé não é acreditar, fé é não ter dúvidas de que algo divino pode acontecer pra gente, de que somos seres divinos e precisamos exercitar nossa paciência para aprender a esperar a mudança, a novidade.
Outro dia li que quando a gente pensar em dizer a Deus que temos um grande problema, é melhor mostrar ao problema que temos um grande Deus. Isso se mostra com a paciência e a fé.
E problema mesmo, a gente não tem nenhum. Se você acorda com saúde, caminha, trabalha, tem amigos, comida, roupa, casa, você ri, conversa, se distrai, tem braços, pernas, fala, ouve... imagina só tudo o que uma pessoa tão perfeita como você é capaz!!!!!
Nada é mais poderoso do que a força de cada um. Somos um templo sagrado, por isso devemos nos respeitar, amar e nos doar, porque estamos aqui para sermos semente do bem que germina na vida do outro.
Um grande beijo e bom início da metade do ano!!!
Dani
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Um amigo e nossa fortaleza
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Alessandro e eu, comemorando nosso aniversário em 2011. Taurinos, valentes e felizes por natureza!! |
Hoje tive um momento muito especial de troca, cumplicidade, amizade, amor verdadeiro. Muito especial. Falei com meu grande amigo Alessandro Meirelles, que nomeei de "carioca da minha vida", uma pessoa das mais íntegras, honestas e de coração maravilhoso que já conheci nessa passagem.
Mesmo contando 15 anos de profissão como jornalista, aprendi horrores com ele em cada matéria que a gente batia, em cada pauta discutida, na minha observação sobre sua percepção sagaz dos temas, opiniões certeiras sobre as coisas, as histórias de vida e sua abertura para as novidades. Um repórter incrível, um homem lindíssimo física e espiritualmente, um verdadeiro bálsamo aos olhos.
Tenho por ele um amor que nem mesmo posso explicar, tamanha a afinidade entre nós. Para mim, os cariocas têm um sol que vem de dentro e o Alessandro é a personificação dessa alegria luminosa, dessa liberdade ensolarada e de uma vontade singela de ser uma pessoa melhor. Ele é o máximo do bom na minha opinião.
Nem preciso dizer, mas falo, a cada oportunidade que tenho, que eu o amo demais. Na redação, nossa relação era de "dupla dinâmica". A doce Camilinha que o diga!!
Aí que veio a situação do câncer, primeiro pra mim, depois pra ele. Pessoas com muito amor têm disso. Não chamo de doença, porque acredito que não seja. É mesmo uma situação e, mesmo com todas as peripécias individuais que exige, é um período muito lindo de nossas vidas. Afinal, se a gente sonhava tanto com um momento de descanso, taí a atenção ao nosso pedido.
Eu sofri muito quando ele me contou. Chorei rios, gritei comigo, me revoltei e questionei Deus - eu e Ele (Deus) temos essa intimidade de poder cobrar um do outro nossas necessidades. Questionei sobre o porquê do meu amigo passar por isso. Xinguei o mundo, ofendi uma mãe qualquer, soquei o volante do carro, chorei, chorei, fiquei triste de doer. Alessandro é meu camarada: se ele sente, eu também sinto. Tive a mesma reação quando perdi o Gustavo, há longos nove meses. E ainda dói.
Mas aos poucos vamos dando à vida a compreensão de que ela necessita. A gente fala com ela e ela responde como pode, uma aprendiz como nós. E se eu passei, ele também consegue. É taurino como eu, nascidos com dois dias de diferença, é de abraços e risos fáceis omo eu, de expressão de amor escrachado, de palavras diretas, de indignação expressiva, de olhar bondoso. Somos mais que parecidos, somos iguais, irmãos de alma e isso muito me orgulha, porque tenho a liberdade de me comparar a quem tanto admiro, o que me faz crer que também sou admirável.
Em nossa conversa de hoje, dúvidas sobre o que é normal sentir, o que é novidade e o que é a teoria do normal. Vivemos num tempo muito especial: 2012 é um ano místico, nossos dias têm 16 horas (ou quantas forem, mas com certeza menos de 24), nossos sonhos são imediatistas como nós, objetivos desesperados que transformam nossos desejos em um turbilhão interno de impaciência, mas tudo o que buscamos é um pouco mais de paz e que tudo seja leve.
Minha queridíssima amiga Renata me apresentou uma música que virou hino e sempre toca em minha cabeça quando esse turbilhão toma conta de mim ou quando estou prestes a cair. E embora eu saiba que minha imagem é a de uma mulher forte e decidida, que realmente sou, também sou do tipo que se descobre muito frágil às vezes e tenho sentido ultimamente uma grande necessidade de ficar só, quieta, recolhida, distante. Não é depressão, é recolhimento, é uma maturidade diferente. Adoro gente, sempre gostei, mas as gentes estão cada vez mais vazias de essência e cheias de si, falta cuidado e intuição. Então, me afasto quando quero mais, porque sei que encontro no meu interior o melhor do que há. O "puro creme".
A música que a Renata me deu, dei pro Alessandro, porque é o que quero dele neste momento. Exijo. Ele tem uma dívida de fé comigo. Ele e a bela Sâmia, sua parceira, minha amiga, mulher charmosa e inteligente, de boas conversas.
Percebi que ele está sereno, ainda meio perdido com a ocasião, coisa natural, mas tem reforçado sua fé e eu a minha. Temos essa dívida conosco. Essa fé que nos faz imbatíveis, é o que mostra o nosso valor. O momento é aquele que pedimos à vida, meu carioca. Vamos descansar, refletir, transformar-nos, vislumbrar o novo, resplandecer, florescer. Deus dá asas. De que mais precisamos nós, seres livres? Faça seu voo. Estou contigo. Quem compra o passe de entrada em minha vida, é para sempre.
Um beijo, carioca. Amo vc!
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Vida é colher um novo dia
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"Nosso horizonte é onde vamos estar amanhã." Né? |
Já pensei em escrever algo específico sobre dor de amor, mas ocorreu um
erro. A pessoa que a sente, faz isso com tanta eficiência que não
precisa de mais nada. A dor de amor nos transforma em maus pacientes, com quem não adianta gastar reza, como diz meu amado doutor agnóstico.
Tenho ouvido muitas histórias, avaliado as minhas próprias sobre o tema e noto
quanta gente tenta se proteger inutilmente dessa deliciosa cilada, que todo
mundo tenta evitar, mas todos querem vivenciar. Depois de sobreviver a
separações, situações de angústias, de novos amores que vêm e vão, de saudade que
fica e a gente não sabe o que fazer com ela, muitas vezes não por falta de experiência,
mas porque esse é o tipo de coisa que marca, mas como não merece ser lembrada, o
cérebro deleta, faz essa escolha por si.
Enfim... dói, mas quando passa é como a dor do parto: só se agradece pelo
resultado.
Dor de amor é sinal de vida, agora, saber lidar... amigas... ninguém sabe. É
uma vontade louca de mudar tudo, de sumir um pouco, de estacionar no tempo
enquanto a vida passa “lá fora”, até que se esteja pronto para voltar. O grande
consolo é: dói pra todo mundo. E passa pra todo mundo.
Mas como dói, hein... constante e massacrante. Mas olha só: amor que dói
demais, tem que ser só história pra lembrar. Por aprendizado de seleção, acho
que temos que amar a quem nos ama, aquela coisa que mãe ensina, gostar de quem
gosta da gente.
Mas quando dói muito, quando a gente tá nessa, difícil enxergar. Faz parte
de um pedaço da vida, né? Só que é só um pedaço. Tem tantas outras coisas para
se ver em todo o tempo!
Fomos brindados com 24 horas de um dia com possibilidades de quatro
estações, em que tudo pode acontecer, inclusive uma nova paixão instantânea. Não
dá para pular etapas. A gente tem que viver tudo para ter história para contar,
para engrossar a pele, viver o momento. Tem que chorar, descabelar-se, rir, se
jogar, a gente tem que engrossar mesmo.
Tenha certeza, amiga querida, de que uma dor de amor nunca é igual à outra,
só que a gente sobrevive e, ao invés de se amargurar, deve-se optar por ficar cada
vez melhor. Faz muita diferença.
Bora resolver isso. Precisamos de vinho e pizza, num final de dia de
quarta-feira; de um passeio naquele lugarzinho bucólico sobre a luz da lua azul,
dias bons para nós, música alta, de bom astral e palavras certeiras, boas
companhias, gargalhadas, choros e desabafos, mini-acessos de raiva.
A gente pode e tem todo o direito de cair e levantar, sem dar ouvidos a comentários
de quem não sabe nada sobre nós, mulheres
que acordam cedo para buscar sustento, se mantêm o dia todo sobre saltos e com
bocas coloridas de batom, criam filhotes amados e fortes, sobreviventes em um
mundo de dúvidas, voltam para casa cansadas, mas não menos lindas, íntegras e amorosas.
Cobradas para sermos fortes e mantermos a pose impecável. Certos tipos de violência
como estas não nos pervertem, não nos caem como sentença. Dormimos em lençóis claros,
com mentes tranquilas. É preciso ser fleumática para receber a novidade do dia
seguinte.
E no mais, amiga, a gente sofre de amor todo dia! É da nossa natureza
feminina amar por percepção, pela necessidade
de desejar transformar o caos. Não é discurso de miss, não somos impassíveis, não
fazemos dor maior da dor dos outros. Pelo menos não a maioria de nós, o que já é
mais que o empate.
Não aplacamos um amor de verdade com um novo amor, desvalorizando a
felicidade essencial de ter vivenciado essa experiência, mesmo quando ela termina.
O grande amor que se vai, fica guardado numa caixinha de jóia, num cantinho especial
dentro da gente. Acontece que ninguém é obrigado a gostar ou a continuar
gostando de ninguém, realmente, por isso ao outro – ou a nós, por que não? – o direito
de ir embora.
Um conselho comum e que por isso é bom: amanhã já é outro dia e coisas
maravilhosas acontecem.
Um beijo!
"...existem para você maravilhas que se fossem reveladas, a angústia da espera te sufocaria. Espere o tempo da colheita... mas não permita que seja ceifado de seus braços o direito de ser feliz enquanto espera, por mais doloroso que possa parecer." Bean
sábado, 23 de junho de 2012
De dentro pra fora, de fora pra dentro
O melhor aprendizado que tive por esses tempos foi que é preciso viver com naturalidade, ou seja, deixar a vida fluir naturalmente, sem se preocupar demais, estressar demais, sem deixar doer. Ser natural é saber esperar.
Enquanto se espera, aprendi que é preciso ser gentil. Isso eu já sabia e praticava, mas precisei acordar para exercitar um tipo de gentileza que eu esquecia de ter: aquela de dentro pra dentro, a gentileza com a gente mesmo.
E daí que nessas duas ou três lições, percebi que quando a gente faz isso, tudo fica mais fácil. E parece que as coisas fluem de uma maneira incrível!
Há uma frase que gosto muito, que chegou até mim há uns anos já, num momento de parada estratégica para pensar sobre o que fazer. Eu a tirei de dentro de um desses biscoitos chineses, ou veio em algum tipo de kinder ovo, nem sei mais.
"Seja gentil consigo mesmo.
Deus acha que você vale a bondade Dele.
E Ele é um bom juiz de caráter."
Quando somos gentis com nossos erros e acertos, a gente se reconhece. Aí, pra isso, cada um tem seu método.O meu é o silêncio... e o sorriso. Quem me conhece sabe: se eu estiver quieta e sorridente, to bem, to limpando aqui dentro, to filtrando, refletindo. To, em geral, em paz.
Tenho praticado outra coisa também e essa custa mais caro. É a paciência e a admiração por todas as pessoas, mesmo as ignorantes, que falam coisas ignorantes ou te tratam como ignorante. Eu observo a situação, balanço a cabeça, baixo os olhos e concordo quando não vejo alternativa. Espero esfriar. Assim, sou gentil, porque falei, ouvi, calei, refleti e amenizei. Me impus delicadamente. Não preciso gritar, falar melhor ou mais alto pra tentar provar que estou certa.
Ao outro, resta desculpar-se, pensar, seguir em frente, mudar de assunto ou nenhuma dessas alternativas. Porque cada um tem sua verdade. Para cada caminhante, um caminhar.
Tudo muda quando a gente se transforma e a mudança vem também da observação das atitudes do outro que a gente admira.
Duas pessoas encheram meu coração, desses dias passados pra sempre. Willian e Zaza. Vi muito de mim em cada um deles. Muito mesmo. E vi muito nas atitudes deles que eu poderia adotar para fazer bem ao meu ser.
E daí fiquei pensando: a gente é responsável demais por quem cativa, a gente precisa ser cauteloso com as atitudes. Não digo viver em função de nada, não! Falo de aprimorar a consciência. Quando ajudamos o outro, quando cuidamos da natureza, estamos exercitando isso. Então, temos também que cuidar de nosso jardim particular, podar os danos, regar a alma, tratar as feridas, cuidar bem da gente. Eu estava pensando nisso, nessa necessidade de cuidado com nosso espiritual, quando o Willian me mandou uma música. Não, não... é um hino de amor, uma homenagem ao meu novo jardim.
Acontece cada coisa na vida da gente, né?.... Há alguns meses postei aqui imagens do meu jardim físico, na minha antiga casa. Eu estava feliz com o resultado, depois do processo de cuidado, limpeza, plantio, rega, espera, surpresa. Agora, estou no processo do cuidado do jardim interno, do meu infinito particular, da rua da minha vida, do universo da minha individualidade. "Estou podando meu jardim. Estou cuidando bem de mim."
Desejo boa colheita a todos.
Um beijo.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
É... esperar...
Hoje, em meio a tantas boas novas, recebi uma notícia triste e quero compartilhá-la, com o intuito de despertar ao menos nas pessoas que me lêem o sentimento da necessidade de observar o outro com amor verdadeiro. E de saber esperar, ter esperança.
Meu amiguinho Bruno, uma simpatia de apenas 18 anos, cheio de energia e dono de lindos olhos azuis, não terá uma solução médica para seu tratamento de leucemia. A notícia foi dada pela mãe, Teresa, uma mulher marcada pelas dificuldades, mas com uma paciência e carinho nascidos na sabedoria dos bons.
Eu me encontrava com eles quase diariamente nos corredores do Centro de Oncologia do Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba. Nossas conversas alegres, recheadas de piadinhas e risadas, incluindo algumas vezes a participação de nossos enfermeirinhos, anjos iluminados, que não nos poupam de seus abraços.
Na maioria dos encontros, o Bruno carregava sua "bomba" de quimio pelos corredores, porque ficava internado e a terapia durava dias. E eu que achava longa minha espera de cinco horas naquela poltrona (que é confortável), embora nunca tenha reclamado por considerar aquela situação um período especial para mim. Teresa contou que o esforço dele (e o dela, que era sempre presente) não estava surtindo os efeitos esperados pelos médicos.
Moradores num bairro rural de Charqueada, Teresa e Bruno têm no olhar a simplicidade fotográfica das pessoas sábias, que esperam em Deus a solução para suas aflições. Uma conversa sobre a vida deles é quase que uma lição dentro do exercício de viver das possibilidades. Apesar da humildade do cotidiano, Teresa optou por deixar o trabalho e viver "como dá" para se dedicar ao jovem filho.
E observando isso, pensei que a gente quer tanto da vida, reclama para que o tempo se estenda para darmos conta das necessidades do dia-a-dia, não pode viver sem determinada coisa, expressa o amor para sempre sem a consciência de que todo sentimento requer cuidado pela fragilidade que impõe. A vida é simples demais, frágil demais, curta demais, valiosa demais.
Debruçada sobre o balcão, Teresa colocou os dedos na boca para esconder o nervosismo ao me falar que estavam voltando pra casa. "Não tem cura", sussurrou, desviando o olhar. Nossos olhos marejaram. Ela segurou; eu desmoronei assim que eles saíram.
Quanta dor a falta de esperança nos impõe. Essa mulher bem conhece. Seu rosto marcado pelas dificuldades e essa fortaleza interior são a prova de que nem tudo precisa ser falado, cada um sabe bem sua jornada individual. Mesmo quando há apoio, a experiência é solitária.
"Teresa, as coisas só acabam quando terminam. Tenha fé e paciência", eu disse. A gente deve viver na certeza da crença.
"O negócio é ter alegria, né, Bruno? A gente acredita em tanta besteira... você acredita em duendes, Bruno?", brinquei. E ele: "eu acredito em Deus,achoque já tá bom". Sim, fé é quando não há espaço para dúvidas. Está suficiente, meu amigo.
Meu amiguinho Bruno, uma simpatia de apenas 18 anos, cheio de energia e dono de lindos olhos azuis, não terá uma solução médica para seu tratamento de leucemia. A notícia foi dada pela mãe, Teresa, uma mulher marcada pelas dificuldades, mas com uma paciência e carinho nascidos na sabedoria dos bons.
Eu me encontrava com eles quase diariamente nos corredores do Centro de Oncologia do Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba. Nossas conversas alegres, recheadas de piadinhas e risadas, incluindo algumas vezes a participação de nossos enfermeirinhos, anjos iluminados, que não nos poupam de seus abraços.
Na maioria dos encontros, o Bruno carregava sua "bomba" de quimio pelos corredores, porque ficava internado e a terapia durava dias. E eu que achava longa minha espera de cinco horas naquela poltrona (que é confortável), embora nunca tenha reclamado por considerar aquela situação um período especial para mim. Teresa contou que o esforço dele (e o dela, que era sempre presente) não estava surtindo os efeitos esperados pelos médicos.
Moradores num bairro rural de Charqueada, Teresa e Bruno têm no olhar a simplicidade fotográfica das pessoas sábias, que esperam em Deus a solução para suas aflições. Uma conversa sobre a vida deles é quase que uma lição dentro do exercício de viver das possibilidades. Apesar da humildade do cotidiano, Teresa optou por deixar o trabalho e viver "como dá" para se dedicar ao jovem filho.
E observando isso, pensei que a gente quer tanto da vida, reclama para que o tempo se estenda para darmos conta das necessidades do dia-a-dia, não pode viver sem determinada coisa, expressa o amor para sempre sem a consciência de que todo sentimento requer cuidado pela fragilidade que impõe. A vida é simples demais, frágil demais, curta demais, valiosa demais.
Debruçada sobre o balcão, Teresa colocou os dedos na boca para esconder o nervosismo ao me falar que estavam voltando pra casa. "Não tem cura", sussurrou, desviando o olhar. Nossos olhos marejaram. Ela segurou; eu desmoronei assim que eles saíram.
Quanta dor a falta de esperança nos impõe. Essa mulher bem conhece. Seu rosto marcado pelas dificuldades e essa fortaleza interior são a prova de que nem tudo precisa ser falado, cada um sabe bem sua jornada individual. Mesmo quando há apoio, a experiência é solitária.
"Teresa, as coisas só acabam quando terminam. Tenha fé e paciência", eu disse. A gente deve viver na certeza da crença.
"O negócio é ter alegria, né, Bruno? A gente acredita em tanta besteira... você acredita em duendes, Bruno?", brinquei. E ele: "eu acredito em Deus,achoque já tá bom". Sim, fé é quando não há espaço para dúvidas. Está suficiente, meu amigo.
domingo, 22 de abril de 2012
It us in the tape!!!
Era uma tarde de sábado e nós,
amigas, gastávamos créditos trocando mensagens sobre como cada uma estava se
arrumando para ir ao casamento de uma delas. As mensagens, uma mais tonta que a
outra, eram muito engraçadas e levavam nossa linguagem, a forma de falar do
pequeno grupo formado por nós quatro,
incluindo a noiva. Como dizia nosso amigo Thomas, “toutes les femmes de cette
maison ont des noms avec ET” (todas as mulheres desta casa – a casa dele, no
caso – tem nomes com E): Viviane, Daniele, Jaqueline e Fabiane. É nosso grupo
de PodPowers.
Na conclusão das mensagens, me
lembro da Fa escrever, dizendo que a gente ia se divertir muito no casamento:
“É isso aí, Dani! It us in the tape”.
It us in the tape!!! Que
fantástico poder brincar com as palavras e ser compreendido. Que fantástico é
ter bons amigos, escolher e ser escolhido por eles.
As boas amizades são uma escolha da afinidade, que se
acomodam depois confortavelmente no coração. Estive pensando sobre contar
amigos nos dedos e me sinto privilegiada, pois me faltam dedos.
Tenho amigos engraçadíssimos,
dramáticos, bêbados demais, sóbrios demais, intelectuais, deliciosamente
fúteis, simples, polidos, grotescos,
delicados... tenho um universo de gente
maravilhosa por perto. Bom, nem sempre tão perto, mas o fato de surgirem
de vez em quando com a típica pergunta “como vc tá?”, é muito gostoso. É
reconfortante.
Me parece que em junho tem uma
data específica em que se comemora o dia
do amigo. Eu comemoro meus amigos todos os dias! Reservo a eles meu melhor
abraço, forte, caloroso, fofinho; meu ombro para rir, chorar, dormir na volta
do show; meu beijo carinhoso para selar a verdade do meu sentimento; minha palavra bem pensada, a mal pensada
algumas vezes; meu olhar de “já entendi”
ou “vamos arriscar?” ou “deixa pra lá” ou “adorei isso”, às vezes seguido de
uma piscadela espertinha, com aquele meio sorriso de Monalisa e um aceno
positivo com a cabeça. É o sinal de “estamos juntos nessa”.
Procuro ser sempre uma companhia
agradável. Uma amiga, a Ude, diz que mesmo em meio à tanta turbulência, tenho a
capacidade de rir e de enfrentar as situações com otimismo.
Tem uma citação do escritor britânico
G.K.Chesterton que diz assim: “Os anjos podem voar porque carregam a luz”. Não
sou um anjo, mas aí eu disse a Ude que sou otimista mesmo porque acredito que a
vida é um presente, não dá para abrir mão do esforço que Deus dispende todo dia
para nos manter aqui. Ele tem muito trabalho para cuidar de todo mundo.
Então, mesmo quando tenho vontade
de desistir, e isso acontece muitas vezes –muitas vezes! -, penso que é melhor
deixar de ser egoísta e ingrata com tanto amor. Amor a gente não rejeita.
Temos o poder de materializar
desejos, que se fortalecem quando não estamos sozinhos. Estou bastante sozinha ultimamente, porque em
alguns momentos isso é necessário. Mas sei que tenho muita gente que me ouviria
se eu gritasse, tenho amigos da melhor qualidade. E agradeço pela vida de
cada um deles.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
"Escolha a Felicidade" - Quer convite melhor?
Ser feliz é uma escolha individual. Não se pode decidir pelos outros. O pensamento que traz o problema, também traz a solução, afirmou Einstein (me disseram, mas eu não estava lá), e é preciso dar voz a nossa percepção para que o que desejamos flua, para que nossa escolha de sermos felizes seja legítima.
Use seu filtro de consciência e tenha responsabilidade com seus sentimentos, suas ações e sua vida. O que eu desejo, o que eu faço, o que eu como, onde eu caminho, a via que eu prefiro, são minhas escolhas e determinam minhas reações perante a vida.
A escolha por você não pode começar na segunda-feira. A gente deve tomar agora o controle das próprias emoções e se conscientizar que só é possível ter o controle sobre os próprios atos, sobre os próprios hábitos.
Mas não deixe de respeitar os outros. A sua realidade é diferente da verdade do outro, do que ele pensa, do que ele acredita, pois cada um de nós é feito de uma cultura, de uma sensação, da vivência em um lugar diferente, de relações com pessoas diferentes que nos ensinam o tempo todo.
Não julgue. Prometa isso a si a partir de hoje: não julgue mais. Nem todo mundo é como a gente é, nem todo mundo é como a gente quer, somos nós que atribuímos significado às coisas de acordo com nossas experiências e é por isso que se precisa ter cuidado para não gerar mágoa.
Como querer mudar alguém se a gente não consegue mudar a si? Não consegue parar de fumar, não se atreve a comer jiló pra conferir se é ruim mesmo, não respeita que o outro goste daquele ritmo de música que "fere" seus sensíveis ouvidos, tem vontade de socar alguém quando não faz o que queremos.
Talvez tolerar seja o caminho, mas não é uma questão de tolerar, é de aceitar. Porque quando a gente aceita, se livra da preocupação que o peso daquele pensamento provoca. Amor verdadeiro implica em respeito e aceitação
Se quer ser líder da sua vida, use sua inteligência a seu favor. Comece a mudança por você e que seja hoje o dia da decisão. Não esmoreça amanhã! Se fortaleça, segure o controle. Aceite, respeite, ame. Um verdadeiro líder é, invariavelmente, humilde.
Abraço forte!.
*Obrigada, Renata, minha amiga, meu anjo de amor e amizade.
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