quarta-feira, 21 de julho de 2010

Importante é ser uma Grande Pessoa!

 
Estou vendo suas fotos mais recentes e babando sobre essa obra-prima divina. Nossa, como você cresceu e se tornou uma mulher maravilhosa, meu amor! Eu me lembro do dia em que o exame apontou um “positivo” enorme no meu rostinho de anjo de 18 anos. Passado o susto, a expectativa com a sua chegada era tanta para uma menina, que ainda brincava de boneca, e para uma mulher, que fazia planos para um futuro breve, mas sua estada dentro de mim criou um novo horizonte. Eu desvendava, em meio a tantas descobertas, o valor de recriar a vida, de perceber a divisão de meu ser em outra existência.
Aquela carinha gorducha e os grandes olhos negros que se tornaram verdes depois, vieram naquele momento logo depois do chorinho que despertou em mim uma felicidade que nunca mais saboreei com aquele mesmo gosto. Felicidade única, incomparável, deliciosamente minha.

“Parabéns, Dani! É uma moça!” Essas palavras, em meio ao cansaço e à limitação de meus movimentos, nunca mais vou esquecer. Queria chorar, mas nada podia borrar minha vista para o encontro que nos aguardava e foi mágico. Eu queria uma menina, eu desejava imensamente essa menina que Deus me deu e eu sabia porque queria. Eu te amei mesmo antes de você existir e te esperei a qualquer momento de minha vida, porque meu coração dependia de ter você para eu ser completamente feliz. Eu queria você, menina! Eu pensava que era gente antes, mas só fui descobrir que era alguém quando recebi você de presente!

Nada ficou na memória tão forte como a alegria de te dar o primeiro alimento de meus seios, o abraço de proteção, o beijo com a boca quente, a troca de olhares que se perdiam de tanta paixão.

Você cresceu e se tornou uma criança plácida, inteligente, observadora, alegre sempre e aos poucos foi exibindo uma personalidade corajosa, justa, elegante, bondosa. Se transformou nessa mulher encantadoramente especial.

Eu queria uma menina, mas mais do que isso, desejei que você tivesse uma beleza incomparável de coração, de alguém capaz de se doar para transformar qualquer universo em algo sempre muito agradável; com capacidade de respeitar todas as formas de vida com a mesma intensidade, simplesmente porque são criações divinas e porque, abaixo dos céus, somos todos iguais na oportunidade de aprendizado espiritual; que possibilitasse a alegria na chegada e o bem-estar na partida, porque importante é o esforço que se despende para deixar tudo aquilo de bom na vida do outro; que fosse intensamente composta de felicidade, paz e amor e pudesse dividir esses sentimentos naturalmente com sua presença, porque é disso que todos precisam.

Alguém que soubesse valorizar os dois legados mais importantes que eu poderia lhe deixar: raízes – para que saiba de onde vem e para onde pode sempre voltar - e asas – porque liberdade, seja de viver, pensar ou sentir, é um grande tesouro.

Eu queria uma menina iluminada, que fizesse diferença no mundo... e descobri que, mais importante, era que essa criança se tornasse uma Grande Pessoa. Foi o que ganhei. Deus me deu muito mais do que pedi e me mostrou a importância da fé nas coisas que se deseja e a crença na verdade do resultado desse querer. Sou muito grata por isso. Sou grata principalmente pela oportunidade que a vida me dá todos os dias de abrir os olhos ao acordar e poder vê-la mais uma vez, tão linda. Sou grata por sua existência, minha filha, cheia de graça, dona do meu universo, do meu imenso amor.




Não me canso de olhar!
Como é linda a minha Mariana!
 
 
 

domingo, 18 de julho de 2010

Embriaga-te como Baudelaire!


Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são:
"São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Com o vinho, com poesia. Ou com a Virtude". ("Embriaga-te", de Charles Baudelaire)

 
Amei isso. Gosto muito das citações de Baudelaire, mas confesso que não conheço muitas também. Acho uma inspiração divina quando alguém escreve coisas que tocam a gente por um motivo qualquer, um gancho íntimo, um momento em que se precisa ouvir ou ler frases específicas.
Acredito que o abraço tem também esse efeito. Por isso, adoro! Saio mesmo abraçando as pessoas que gosto ou só porque fico contente em encontrá-las. Para mim, faz diferença. `
Penso que as pessoas deveriam despir-se um pouco mais de pré-sentimentos ou pós-avaliações quando são presenteadas com gestos de carinho. Um certo Alexander, não lembro bem o nome, escreveu que "devemos tratar bem todas as pessoas que cruzam nosso caminho, porque não sabemos que batalha estão travando". Mais ou menos isso. Tomei como uma filosofia de vida.
Afinal, quando a gente se doa, não perde nada que já não tenha muito, alimenta duas ou mais  almas, divide algo que se multiplica quando somado (um horror esse trocadilho, hein?... mas ta valendo!) e fica sempre mais leve. Tenho certeza que vale a pena. É isso. Um beijo... e um forte abraço!


Ficar juntinho assim não faz mesmo diferença?
Abrace mais! Viva bons momentos!

sábado, 17 de julho de 2010

Aprendiz em meio a gigantes

Quando a vida nos empurra a situações de necessidade, a gente abre o coração ao novo e acredita, acontece uma magia única. Se essa mágica nos coloca frente a frente com universos adversos, mas afins, a incoerência se dissipa em poucos minutos de convivência. É como tirar da cartola coelhos brancos que se transformam em seres especiais: os coelhos são pessoas, esses universos a serem descobertos e, ao abrir o coração, a mágica se faz.


A meus novos coelhos, alguns já donos permanentes de minha cartola, meu coração agradece feliz da vida. Mais uma vez ganhei de Deus e de uma deusa sábia e amável chamada “Luz-ciane”, a oportunidade de ser parte de um todo tão importante. Não pelo trabalho apenas, que amo profundamente, mas pela partilha das horas que passamos juntos, pelas experiências que renovamos e reforçamos, pela possibilidade da observação do caráter valioso de cada um, pelo aprendizado que resulta de tudo isso e vai se contabilizando ao longo do ano.


Há uma transformação interior que perdura pela vida com o que se aprende de mais significativo: a importância do sorriso que acolhe em todas as chegadas, do abraço que aconchega e remedia além da compreensão ou da palavra, da amizade que não têm qualquer chance de não cativar imediatamente, da gentileza expressa num gesto simples no meio da correria, provando que carinho é algo que se faz sem precisar de nenhum esforço. Basta querer.


A análise sobre o aprendizado precisa ser profunda para ser certeira, porque há tanto o que tentar expressar de dentro desse coração, que o risco é sempre alto de faltar um item na lista. E faltará. Mas numa tentativa rasteira, posso dizer que aprendi o que já sabia, mas que a repetição aconteceu de uma maneira deliciosa e renovadora.


Aprendi que pessoas são sempre mais do que números num balanço; aprendi que as horas que se passa perto de alguém devem ser as melhores porque ficam escritas eternamente; aprendi que quando os caminhos se cruzam, essa é a grande chance que a gente tem de marcar essas vidas – e que sorte quando a gente consegue!; aprendi que cada pessoa é um ser maravilhoso, porque é composto por diferenças que nos ensinam a ser melhores - ou pelo menos essa deveria ser a finalidade de se permitir que alguém entre na nossa vida.


Aprendi que é fantástico descobrir que não se tem experiência em nada, que as chances para que haja essa descoberta devem ser bem aproveitadas, que ninguém é uma ilha, que a vida surpreende quando a gente pensa que não pode se adaptar mais a algo que o tempo concretizou, que quando você pensa que conhece tudo sobre alguém, essa pessoa te surpreende e mostra um poder de superação que enche os olhos de alegria, aprendi que quando você pensa que tudo está calmo, uma comemoração mentirosa, que tem a capacidade de remeter à doçura da infância, arranca alegrias verdadeiras, quebra a sobriedade e faz ganhar um monte de tempo no dia.


Mas, talvez o mais importante, aprendi que mesmo quando as adversidades nos tentam ensinar que é melhor conter-se ao manter as expectativas nas alturas – a tal coisa de que se deve ir com pouca sede ao pote -, como é bom se atirar e se doar às coisas que o coração intui que são boas, porque a felicidade de chegar ao final da jornada e concluir que a gente estava certo, é um alimento imediato para a alma. Se perpetua com a vontade do querer mais, do querer de novo, do não ver a hora, do contar os meses até lá, do lembrar-se todos os dias e perceber nascer um risinho solitário no canto da boca, do sentir novamente aquela vontade de receber o abraço amigo, de ver o sorriso que ganhou tanto mais importância, rir sozinho daquelas pequenas histórias e agradecer a Deus pelo fabuloso instante em que se é presenteado com a oportunidade de pisar o mesmo chão e compartilhar do mesmo espaço com seres tão únicos e absolutamente gigantes em suas personalidades e perspectivas.


Ainda bem que sou mesmo uma pessoa teimosa e não desisto de acreditar que dentro da cartola há mais do que coelhos. Há lições eternas que contabilizamos ao nosso tempo. A vida é uma criança esperta, que não sabe é nada! Ainda bem... Seja lá em que lugar do mundo se esteja, vida, amor e paz têm o mesmo significado dentro da gente.


Aos meus novos e aos renovados amores - Lulu (minha fonte de tranqüilidade espiritual), Marcelo, o Rochinha (meu abraço salvador, mais esperado do que café antes do cigarro), Roberta (minha maravilhosa expressividade no olhar e minha amizade valiosa), Marília (minha mulherzinha esperta, super menina), Raquel (minha “patyzinha” concentrada e cheia de deliciosas expectativas – que sejam todas realizadas!), Lilian (minha mui mui amada de um sorriso tão lindo quanto a alegria de sua voz), Orlando, Ruan e Rafael (meus três “patetinhas” mais amáveis e cavalheiros, que me transformaram em princesa com seus cuidados e gentilezas), meu Gordinho (que fez “puta” falta) -, a gratidão e a doçura de meu coração, presentes na minha amizade verdadeira. Muito obrigada, “minha” querida equipe do Simtec 2010, por me permitir enxergar melhor e sentir mais intensamente.
“Se eu vi mais longe, foi por estar em pé, sobre ombros de gigantes.” (Isaac Newton)

A foto, como prometida...

Turminha da assessoria do Simtec: quatro dias
suficientes pra gente se tornar velhos conhecidos

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quando ser amigo não é suficiente

Tenho muitos amigos, graças a Deus e à minha capacidade de abrir o coração a todas as pessoas para, somente depois, distingui-las, fazer a seleção natural. Mas tem aquelas que são bem mais especiais, que têm uma importância ímpar pelas linhas que escrevem no livro da vida da gente. É aquela pessoa que se torna insubstituível na nossa história, porque marca, macula e isso independe de ser positivo ou negativo. Simplesmente permanece involuntariamente.
É delícia quando ela chega; deixa permanecer por um bom tempo a sensação de felicidade mesmo quando vai embora; quando abre um sorriso, ilumina meu interior; quando fala, amansa meu coração de uma maneira suave; quando se aproxima traz um perfume pra perto de mim; se me abraça, aplaca as dores por um instante e traz tranqüilidade, confiança e segurança. Pode parecer loucura, paixão, amor simplesmente pelo outro. É espiritual, eu acredito.
Quando duas pessoas com afinidades se olham, existem palavras que não precisam ser ditas, porque estão ali subentendidas, bem compreendidas, essa troca é possível.
Às vezes o olhar é perdido, mesmo assim ele fala. E o que se ouve, nem sempre agrada. Quando alguém que a gente ama infinitamente está visivelmente se perdendo na fumaça de uma situação ilusória, de satisfação momentânea, que acaba se tornando um tormento e colocando fim nos prazeres reais; quando alguém que a gente dá importância não consegue mais oferecer resistência ao que lhe faz mal e deixa de enxergar o próprio valor, perdendo até mesmo o brilho do sorriso, a segurança do abraço e a sensação de felicidade quando vai embora, o olhar da gente entristece e o coração sangra. Sem melodrama.
Dói... de uma dor que não pode ser acalmada, de um sofrimento que não se consegue dividir, porque atinge a alma e limita nossas alegrias. A gente chora de desespero, busca respostas, meios para a necessidade de virar super-herói, mas de que maneira, se às vezes nem sabemos solucionar os próprios conflitos?
Lidar com a dor das perdas que a vida impinge, traz um crescimento que poderia ser evitado. Não acredito que nos leve à evolução, há tantas outras coisas que poderiam substituir essa experiência.
Pelas nossas dores, nem sempre adianta derramar lágrimas, é preciso apenas assimilá-las. E, como fazem os animais em sua imensa sabedoria, permanecer em silêncio, paciente, equilibrado, com a consciência de que tudo passa e as coisas têm o tamanho da importância que a gente dá pra elas. Nossas dores são menos importantes que a possibilidade da esperança que trazem.
As lágrimas, porém, se pode derramar pelas poucas pessoas que realmente se ama e valem nossos pensamentos porque nos conquistaram, mesmo quando não conseguem enxergar além do problema. Do alto de uma visão panorâmica, é possível enxergá-las e rezar por elas a todo o momento. Nada melhor pode ser feito, a não ser oferecer amor, amizade e carinho, esperar que compreendam que esses sentimentos são únicos, que somos pessoas únicas, com falhas e acertos que nos tornam extremamente humanos.
Eu agradeço a Deus por ser essa fortaleza somada a uma leveza capaz de captar o que há de bom de quem está ao meu redor. E como costumo dizer, de uma frase roubada da sabedoria popular, sou como uma árvore, que a tempestade pode conseguir dobrar, mas nunca quebrar. Ser resiliente é minha maior capacidade, depois de ser amor. (12.07)