sexta-feira, 8 de abril de 2011

Soluções culinárias, o XV e o orgulho da Grande Piracicaba

Meu amigo Fabio Ros – tivemos pouco contato, mas é uma boa pessoa, seria facilmente meu amigo, portanto, me permito - é dessa gente com quem dá vontade de passar horas conversando. É um apaixonado e me motivou de certa forma à sua paixão. Seu metier é a cozinha e ele é capaz de dar receitas... não, não, são soluções... isso, soluções culinárias para qualquer resto de coisa, sobra de sei lá o que, saquinho de um qualquer porcaria sem graça que irá se perder em carunchos no armário. Tudo parece uma festa gastronômica em suas mãos. São muitas ideias em poucos minutos.

Acho admirável essa sensibilidade do chef, porque a forma como fala sobre os preparos é encantadora. Ouvi só uma vez e não me esqueço do quanto foi bom, porque não esqueço de nada – portanto, evitem me fazer mal, meu perdão passou a custar caro depois de abusarem da gratuidade.

Mas esse “nariz de cera”, termo usado para textos jornalísticos que enrolam antes de entrar de vez no assunto, é pra contar que li, por acaso, um depoimento do Fabio falando sobre a emoção que sentiu ao passar pelo Barão e ver aquele punhado de gente vestindo a “camisa zebrada”. Ele disse que tem muito orgulho de tudo, dos ícones da cidade, contando o XV (o time com o melhor hino popular de todo o mundo, afinal, onde mais se canta “cárxara de fórfe” sem precisar explicar o que é?).

O caipiracicabanês nem sempre é agradavelmente audível, porém nunca incompreendido. Aliás, caipiracicabano foi um termo inventado por um bom jornalista, o Cecílio Elias Neto (me corrijam se eu estiver errada). Ele escreveu “Arco, Tarco, Verva”, um dicionário do dialeto local e uma orientação aos desavisados sobre nossos costumes. Vejam: arco é álcool, tarco é talco e verva é a água velva, pós-barba usado antigamente e desconfio que Velva era o nome da marca, Aqua Velva. Muito boas as coisas que o Cecílio faz profissionalmente. Grande representante da classe, uma referência realmente.

Voltando ao Fabio, que sensível. Eu falei a ele que não duvidava da emoção que disse ter sentido, porque eu também passo por isso. Confesso: ô como é bão sê daqui. Não se trata de uma petulância piracicabanesca, mas é que essa cidade tem mesmo uma magia incógnita e indecifrável para quem vive a experiência do lugar. Dizem que quem bebe da água, não quer mais ir embora... pode ser, lembrando só que a água que a gente bebe já não é mais a mesma: ou é comprada ou, se da torneira, vem do rio Corumbataí. Mas o Piracicaba ta ali e ainda é ele quem manda, rei!

Oras, vou resgatar o Fabio mais uma vez. Acredito nele quando conta que chorou de orgulho ao ver os quinzistas, que chorou por ser piracicabano. Tantos motivos pra gente chorar, acho gostoso saber que alguém chora vítima da sensibilidade poética cotidiana.

Eu também choro de ver, choro de ouvir o hino (“Em outras plagas, que vale a sorte, prefiro a morte junto de ti”... me fala se não é um namoro dos bons?), o rio cheio me emociona. E esse amor que a gente tem pela cidade incomoda, de certa forma!

Fui pra Alagoas no fim do ano com amigos jornalistas, uma gente maravilhosa de SP e Brasília, que Deus colocou na minha vida naquele momento divisor de águas. Sou uma pessoa com certa dificuldade em fazer amigos, então, logo no início da tarde do primeiro dia, depois da primeira manhã que tínhamos nos visto pela primeira vez, estávamos todos arrotando alegremente como irmãos de sangue à mesa.

Todo o tempo, durante quase uma semana juntos, eles tiravam sarro por causa do jeito apaixonado com que eu me referia a minha terra. E Piracicaba virou a Grande Piracicaba. Perguntavam: "A Grande Piracicaba tem tal coisa? Na Grande Piracicaba acontece num sei o quê? Aposto que na Grande Piracicaba o negócio é assim, é assado... " kkkkkk.... Era bem engraçado, divertido, porque ficou espontâneo e me pegavam de surpresa até mesmo quando a conversa estava mais séria. Não era chato, virou piada.

Por fim, ficaram curiosos para conhecer a Grande Piracicaba e tentar entender porque aqui é o lugar onde o peixe pára. Isso porque eles num viram o Dourado de quase dois metros que meu avô pescou no grande rio Piracicaba. Eu num tava, mas diz que meu vô teve que vim de nado pra empurrar o bote com o peixão em cima. Não cabia mais ninguém.

Hehehehe... só uma história boba de uma moleca caipirinha.
Beijão!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Hoje é Dia do Jornalista... e quando não é?

Hoje é o Dia do Jornalista!! Essa profissão que tanto amo, que me emociona, me inspira, me excita. Sempre digo que não nasci jornalista e posso fazer outras coisas, mas eu não seria tão feliz.

O Jornalismo me deu os melhores amigos, as maiores oportunidades, instigou minhas paixões, tirou meu sono, despertou meu amor e meu ódio, me apresentou um novo modelo de família, me transformou numa "expectativa" (será que a Dani vem hoje? rs), me levou a adaptar minha vida a horários nada convencionais, me colocou em contato com mundos tão adversos, me fez um ser importante diante de qualquer pessoa, tanto de um bandido como de um presidente.

O maravilhoso de tudo é fazer valer a maior das capacidades humanas: a do aprendizado. Todos os dias eu tenho a oportunidade de ganhar conhecimento e despertar para o novo em minha vida. É um grande desafio, ao mesmo tempo que um prazer e, mais ainda, uma honra dividir o dia-a-dia com pessoas que encantam meu olhar com suas análises criativas, opiniões inteligentes, dedicação, cuidado e carinho com a notícia e os seres humanos envolvidos nela.

Jornalismo é uma arte e com algumas exceções, somos gente normal que se transforma em olhos, mãos, boca e coração para aproximar o fato de quem realmente é importante: o consumidor do nosso produto.

Parabéns, amigos. E aos mestres do meu cotidiano, muito obrigada pelas lições.

Beijão!