Era uma tarde de sábado e nós,
amigas, gastávamos créditos trocando mensagens sobre como cada uma estava se
arrumando para ir ao casamento de uma delas. As mensagens, uma mais tonta que a
outra, eram muito engraçadas e levavam nossa linguagem, a forma de falar do
pequeno grupo formado por nós quatro,
incluindo a noiva. Como dizia nosso amigo Thomas, “toutes les femmes de cette
maison ont des noms avec ET” (todas as mulheres desta casa – a casa dele, no
caso – tem nomes com E): Viviane, Daniele, Jaqueline e Fabiane. É nosso grupo
de PodPowers.
Na conclusão das mensagens, me
lembro da Fa escrever, dizendo que a gente ia se divertir muito no casamento:
“É isso aí, Dani! It us in the tape”.
It us in the tape!!! Que
fantástico poder brincar com as palavras e ser compreendido. Que fantástico é
ter bons amigos, escolher e ser escolhido por eles.
As boas amizades são uma escolha da afinidade, que se
acomodam depois confortavelmente no coração. Estive pensando sobre contar
amigos nos dedos e me sinto privilegiada, pois me faltam dedos.
Tenho amigos engraçadíssimos,
dramáticos, bêbados demais, sóbrios demais, intelectuais, deliciosamente
fúteis, simples, polidos, grotescos,
delicados... tenho um universo de gente
maravilhosa por perto. Bom, nem sempre tão perto, mas o fato de surgirem
de vez em quando com a típica pergunta “como vc tá?”, é muito gostoso. É
reconfortante.
Me parece que em junho tem uma
data específica em que se comemora o dia
do amigo. Eu comemoro meus amigos todos os dias! Reservo a eles meu melhor
abraço, forte, caloroso, fofinho; meu ombro para rir, chorar, dormir na volta
do show; meu beijo carinhoso para selar a verdade do meu sentimento; minha palavra bem pensada, a mal pensada
algumas vezes; meu olhar de “já entendi”
ou “vamos arriscar?” ou “deixa pra lá” ou “adorei isso”, às vezes seguido de
uma piscadela espertinha, com aquele meio sorriso de Monalisa e um aceno
positivo com a cabeça. É o sinal de “estamos juntos nessa”.
Procuro ser sempre uma companhia
agradável. Uma amiga, a Ude, diz que mesmo em meio à tanta turbulência, tenho a
capacidade de rir e de enfrentar as situações com otimismo.
Tem uma citação do escritor britânico
G.K.Chesterton que diz assim: “Os anjos podem voar porque carregam a luz”. Não
sou um anjo, mas aí eu disse a Ude que sou otimista mesmo porque acredito que a
vida é um presente, não dá para abrir mão do esforço que Deus dispende todo dia
para nos manter aqui. Ele tem muito trabalho para cuidar de todo mundo.
Então, mesmo quando tenho vontade
de desistir, e isso acontece muitas vezes –muitas vezes! -, penso que é melhor
deixar de ser egoísta e ingrata com tanto amor. Amor a gente não rejeita.
Temos o poder de materializar
desejos, que se fortalecem quando não estamos sozinhos. Estou bastante sozinha ultimamente, porque em
alguns momentos isso é necessário. Mas sei que tenho muita gente que me ouviria
se eu gritasse, tenho amigos da melhor qualidade. E agradeço pela vida de
cada um deles.
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